Tecnologia compartilhada

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Arroz gaúcho: um novo conceito de qualidade internacional

Instituições de pesquisa foram fundamentais no salto evolutivo da zona sul

 

O professor Moacir Elias, da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal de Pelotas (Faem/Ufpel), é reconhecido como uma das principais autoridades nacionais em pós-colheita de grãos e uma memória viva do setor orizícola brasileiro.
Para ele, a aprovação do Regulamento Técnico do Arroz, que entrou em vigor com a Instrução Normativa nº 02/2012 do Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária (Mapa) e definiu o padrão oficial de classificação e os requisitos de identidade e qualidade do grão, foi um dos fatores responsáveis por incentivar o setor a buscar tecnologias capazes de elevar qualitativamente a produção regional.

“A alteração na lei mudou o conceito de qualidade e obrigou a modificar a tecnologia na lavoura para se poder ter melhor preço na indústria. Apesar das novas regras entrarem em vigor em 2012, o setor começou a se preparar antes para atender às normas”, disse.

Para atender a essa necessidade de mudar conceitos, redesenhar processos e modernizar as propriedades, o setor socorreu-se nas instituições de ensino e pesquisa da região, casos da Embrapa, a Faem/Ufpel, o Irga, a Fepagro e a Emater/Ascar.
Dessa relação sugiram não apenas o Projeto 10, mas também vários outros estudos, como o recente “Modelos para sistematização nas terras baixas do Rio Grande do Sul”, realizado através da parceria Embrapa-Ufpel e lançado em 2020 com o objetivo de atualizar conhecimentos sobre o uso da geotecnologia na adequação da superfície do terreno para facilitar o manejo da água, tanto de irrigação quanto de drenagem, em terras baixas.

Cultivares
Engrossa a lista de soluções desenvolvidas nos laboratórios da região sd cultivares BRS Pampa CL (2019) e BRS A705 (2022), que produzem mais, mas com menor consumo de água.

E quando se fala em cultivares, é impossível não falar da Irga 424, elaborada nos campos de Santa Vitória do Palmar, com uma genética completamente adaptada ao frio tardio da região e uma produtividade extrema, que a fez ser a cultivar mais plantada em todo o estado. Na safra 2021/22, a Irga 424 RI semeou 54% das áreas plantada no RS.

Também saíram dos centros de pesquisa da zona Sul tecnologias que qualificaram os processos de secagem e armazenagem e fizeram da região aquela que possui a maior concentração de sistemas de armazenamento de grãos dentro das propriedades em todo o Brasil e em todas as culturas. “Somos comparáveis, neste aspecto, aos melhores padrões do mundo, seja em disponibilidade como qualidade dos processos de pós-colheita”, disse Elias.

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