100% brasileira

 100% brasileira

Direção da Camil 100% brasileira, recebendo créditos de carbono

A Camil Alimentos, líder nos mercados de arroz e feijão do país, voltou a ser controlada exclusivamente por brasileiros. O grupo Arfei – fundador da empresa – adquiriu os 50% que pertenciam ao fundo americano Trust Company of the West (TCW), sócio desde 1998. A Camil foi criada por um grupo de produtores de Itaqui (RS), em 1963. Para concluir a compra, o grupo Arfei realizou investimento de longo prazo junto ao Bradesco no valor de R$ 95 milhões. A previsão da empresa para este ano é comercializar no país 660 mil toneladas de arroz. Em receita, a empresa, que exporta para 11 países, espera para o próximo ano um crescimento de 6%, passando de R$ 660 milhões para R$ 700 milhões. A Camil opera com seis unidades industriais, em Minas Gerais, Mato Grosso, Pernambuco, São Paulo e Rio Grande do Sul.

 

Suco orgânico

Obter uma bebida saborosa, rica em vitaminas, óleos e proteínas, que poderá ser usada tanto para reduzir os efeitos negativos da menopausa quanto para aumentar a imunidade em pacientes com Aids. Este é o objetivo do pesquisador da UFSC Gerson Luis Faccin, que apresentou os resultados da sua pesquisa com o farelo de arroz orgânico na Exposição de Tecnologia e Ciência (ExpoT&C), em Florianópolis (SC). A bebida tem a consistência de um suco e cor que lembra o café-com-leite, mas ainda está em fase de testes. É produzida nos sabores morango, chocolate e café. Ainda são necessários testes para verificar se as propriedades conhecidas do farelo se mantêm no “suco”. Além dos benefícios terapêuticos, a bebida poderá abrir novo mercado para a indústria do arroz que ainda destina o farelo para ração animal.

 

 

Arroz nacional vai para a Coréia

Está em adiantada negociação um termo de parceria entre a Embrapa e o Governo da Coréia do Sul para o treinamento e intercâmbio de técnicos e de germoplasma (em especial arroz de terras altas e irrigado) e manejo de água. Ainda em setembro, pelo menos três variedades de arroz serão enviadas para testes em estações experimentais sul-coreanas. As sementes já estão na Embrapa Recursos Genéticos para procedimentos exigidos pela legislação.

 

Polêmica transgênica

 O uso de um medicamento à base de arroz transgênico em uma experiência médica com 140 bebês, feito por autoridades peruanas em conjunto com o laboratório americano Ventria Bioscience, motivou uma polêmica entre autoridades sanitárias e grupos da sociedade civil. O remédio foi administrado em tratamento de diarréia aguda em dois hospitais públicos em 2005 até o final de abril de 2006. Trata-se de um sal de reidratação oral que contém duas proteínas (lactoferrina e lisozima) obtidas no arroz geneticamente modificado. 

O produto foi usado no lugar da reidratação feita com base no arroz natural, popularmente usada no Peru. O Ministério da Saúde confirmou as experiências, mas descartou o uso de transgênicos. No entanto, admitiu que a solução de reidratação oral à base de arroz contém lactoferrina e lisozima humanas. A diarréia é a terceira causa de mortalidade entre crianças menores de cinco anos no Peru, país onde a pobreza atinge 48% da população. 

 

China leva arroz ao espaço

 A China lançará ao espaço em setembro um satélite com duas mil sementes, entre elas o arroz, um experimento que busca conhecer as mudanças que a falta de gravidade e a exposição ao cosmos podem exercer nas plantas. A nave Shijian VIII ficará 15 dias no espaço. Vermes de seda, flores, arroz e até mesmo sêmen de porco foram enviados por cientistas chineses ao espaço em missões anteriores, que analisavam possíveis mudanças físicas e biológicas da matéria terrestre no cosmos. A possibilidade de desenvolver uma agricultura espacial foi um dos temas mais apaixonantes tratados durante a 36ª Assembléia do Comitê de Pesquisa Espacial, realizada em Pequim. 

 

Soros no arroz

A Adeco Agropecuária, uma empresa sul-americana cujo um dos acionistas é o financista internacional George Soros, aceitou pagar uma quantia estimada de 90 milhões de dólares para comprar 170 mil hectares de terra fértil argentina. O investimento, que inclui a compra de duas indústrias de arroz e 70 mil cabeças de gado, amplia as posses agrícolas da Adeco para perto de 300 mil hectares. A Adeco administra mais de 105 mil hectares na Argentina, além de 21 mil hectares no Brasil e cinco mil no Uruguai. Produz perto de 400 mil toneladas de grãos, algodão, arroz e açúcar por ano. A receita anual totaliza 100 milhões de dólares, cerca de 60% da qual provém da Argentina. Adivinhe para onde vai boa parte da produção de arroz?

2,4% e 6%

Falta muito pouco para a multinacional Basf e a cadeia produtiva do arroz do Rio Grande do Sul anunciarem um acordo no caso dos royalties sobre a produção de grãos a partir de tecnologia pirateada do sistema Clearfield. Extra-oficialmente, já estão definidos os percentuais de cobrança sobre o produto pirata. Na próxima safra, a multa seria de 2%, chegaria a 4% em 2007/2008 e a 6% na safra 2008/2009. Para a safra 2006/2007, o custo da tecnologia deve ficar em torno de R$ 200,00 o hectare. A tecnologia “genérica” ficaria em torno de R$ 125,00. Mas seria mais arriscada. A Basf, no entanto, não se manifesta oficialmente. Nem a cadeia produtiva. O acordo está trancado apenas num pedido de contrapartida feito pelo Irga e a cadeia produtiva do arroz: recursos para investimento no Programa de Aumento do Consumo do Arroz. A Basf já concordou em ajudar, mas a diferença entre os valores pedidos e os oferecidos ainda é grande. (Leia mais sobre pirataria e sistema Clearfield na Planeta Arroz número 18 ou em www.planetaarroz.com.br)

 

Preto em alta

 O estado de São Paulo terá em dezembro a sua segunda colheita comercial de arroz preto da variedade IAC 600, desenvolvida pelo Instituto Agronômico de Campinas. Serão 200 toneladas colhidas em 100 hectares, no município de Pindamonhangaba. Em outras áreas, o plantio ainda é experimental. A boa repercussão do produto no mercado interno e nas exportações gerou aumento da produção. Entre os compradores estão restaurantes finos e chefes de cozinha, principalmente das regiões de Campos do Jordão e Grande São Paulo. O quilo do arroz preto custa entre R$ 18,00 e R$ 20,00 no varejo, enquanto o do arroz convencional (tipo 1) custa em média R$ 0,80. Pesquisas mostraram que o preto tem 30% mais fibras e 20% mais proteínas que o arroz integral. A produtividade é de duas toneladas/hectare e o custo de produção até 70% maior por hectare. (Leia mais sobre arroz preto na Planeta Arroz número 18 ou em www.planetaarroz.com.br)

 

Fundação

 A Fundação Irga, entidade que dará apoio aos programas do Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga), está ganhando forma. Em julho escolheu a diretoria, formada pelo diretor-presidente Sérgio Fernandes (Pelotas), o diretor administrativo Cláudio Evangelista Tavares (Tapes) e o diretor-técnico Cleomar Ereno (Alegrete). A entidade já reuniu a documentação necessária e recebeu o parecer favorável do Ministério Público gaúcho para obter seu registro formal. Ela poderá assinar convênios e contratos que forneçam pessoal especializado, equipamentos, máquinas e tecnologias para a aceleração de processos de pesquisa que muitas vezes não evoluem por conta da burocracia, das normas e da falta de recursos e meios do poder público. Foi idealizada há mais de uma década pelo atual presidente do Irga, Maurício Fischer.

 

A prova d’água

Cientistas norte-americanos identificaram um gene que permite que as plantas de arroz sobrevivam mesmo ficando completamente submersas por duas semanas. De acordo com o estudo, publicado na revista científica Nature, o gene Sub1A-1 dará à lavoura uma maior proteção aos agricultores que vivem em áreas de risco, principalmente na Ásia. As lavouras de arroz são perdidas após uma semana submersa. A descoberta foi realizada por cientistas da Universidade Davis, da Califórnia (Estados Unidos), e do Instituto Internacional de Pesquisa em Arroz (Irri), nas Filipinas.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter