60% da produção do Mato Grosso não foi comercializada
APA-MT volta a prever redução de área no Mato Grosso.
A Associação de Produtores de Arroz de Mato Grosso (APA-MT) projeta uma redução de 60% na área plantada da cultura no Estado para a safra 2005/2006. Caso o prognóstico se confirme, a área registrada na safra 2004/2005, de 640 mil hectares, será enxuta para 256 mil hectares. Todavia, para a safra passada Maronezzi chegou e prever a redução de 50% da área plantada, mas na safra verificou-se um aumento.
O presidente da entidade, Ângelo Maronezzi, alerta para o efeito dominó da queda no plantio, que deverá culminar na falta do produto no mercado e o aumento dos preços ao consumidor final no próximo ano. Na safra 2003/2004 foram plantados 585 mil hectares de arroz em Mato Grosso.
Maronezzi afirma que a previsão se baseia no desestímulo dos rizicultores ante os baixos preços praticados do arroz, vendido até a R$ 7 a saca em algumas regiões. Em média, conforme levantamento da APA, o arroz Cirad 141 sofreu uma diminuição de 39,14% nos preços, que caíram em média de R$ 23 para R$ 14 nesta safra. Já o arroz Primavera, comercializado a R$ 32 na safra 2003/2004, caiu para R$ 22 este ano, o que representa queda de 31,25%.
O presidente da APA também ressalta que os prejuízos acumulados pelos sojicultores mato-grossenses em função da queda nos preços da commodity, aumento dos custos de produção e a quebra de safra em regiões do Estado irá desacelerar o avanço da fronteira agrícola, o que acarretará impactos sobre a produção do arroz. A cultura é a mais utilizada na abertura de áreas agricultáveis à soja.
De acordo com informações da APA, de toda a produção de 1,9 milhão de toneladas de arroz obtida na safra 2004/2005, cerca de 1,154 milhão de toneladas (60%) ainda não foram comercializadas, o que equivale a 25% do arroz Primavera e 80% do Cirad 141.
Em relação ao Cirad, segundo Maronezzi, o pico de vendas historicamente ocorre de três a quatro meses após a colheita. Ele explica que a variedade demanda um período maior de estocagem até que o produto esteja apto à mesa dos consumidores, ficando mais solto após o preparo na panela.