Conab projeta safra de arroz 2024/25 em 12,05 milhões de toneladas

 Conab projeta safra de arroz 2024/25 em 12,05 milhões de toneladas

(Por Planeta Arroz, com inf. da Conab) O novo ciclo da cultura de arroz 2024/25 inicia-se, e o plantio já atinge mais de 13% da área total prevista para esta safra, no país, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que divulgou seu primeiro prognóstico da nova temporada de verão.

A expectativa é de que o Brasil aumente em 9,9% a sua  área semeada, alcançando 1.767,5 mil hectares com arroz, elevando sua produtividade em 3,5%, para 6.816 quilos por hectare, e somando 12.046,7 mil toneladas, o que representará um salto de 13,8% em relação ao volume colhido na última temporada.

A distribuição de chuvas nas áreas de produção é muito irregular, com lavouras sob estiagem por longos períodos, bem como regiões em que a operação de semeadura foi interrompida devido ao alto volume de precipitações, dificultando o plantio.

Destaca-se as áreas do Rio Grande do Sul, que apesar da condição da ocorrência de muita chuva, avança na semeadura, abrangendo 11% do total da área estimada para o estado. Em Santa Catarina mais de 50% das áreas já
foram plantadas.

Muitas regiões ainda não iniciaram o plantio, aguardando melhores condições climáticas, melhoria no abastecimento hídrico ou janela ideal para semeadura, como as áreas em Tocantins e Mato Grosso. Em sua maioria,
as lavouras estão em fase de emergência de plantas e desenvolvimento vegetativo, com algumas áreas já em fase inicial de colheita, resultado de áreas semeadas mais cedo. A estimativa mostra um incremento de área, tanto
no cultivo do arroz de sequeiro quanto sob irrigação, sendo a área de arroz irrigado estimada em 1.385,9 mil hectares, com aumento de 8%, comparada à safra anterior. Quanto ao arroz de sequeiro, há uma importante estimativa de incremento de área em 17,5% em relação à safra 2023/24, totalizando 381,6 mil hectares.

ANÁLISE ESTADUAL

Rio Grande do Sul: a semeadura da lavoura de arroz, da safra 2024/25, iniciou-se nas áreas de plantio da região da Fronteira Oeste, com mais de 30% semeadas do total previsto, mas terminou setembro com áreas semeadas
em quase todas as regiões produtoras. A exceção foi a Zona Sul, devido aos altos volumes de precipitação nestas áreas. Mais de 100 mil hectares foram semeados, 11% do total da área estimada para esta safra.

As chuvas ocorridas na última semana de setembro e início de outubro interromperam a semeadura em todas as regiões, e que pode vir a estender essa condição por mais dias devido à previsão de chuvas generalizadas para todo estado. Entre as áreas semeadas, 91% estão no processo de emergência, enquanto 9% já estão em desenvolvimento vegetativo, além dos tratos culturais que são realizados nas lavouras já implantadas.

A área semeada  nesta safra (antecipação da semeadura) é maior em relação à safra anterior (quando choveu muito neste período do ano), pois há lavouras maiores exigindo o início da semeadura mais cedo, as condições foram favoráveis para o preparo antecipado das lavouras, a antecipação da colheita também possivelmente irá favorecer a obtenção de melhores preços no mercado, além do menor gasto de água para irrigação.

A expectativa para a safra 2024/25 é de aumento da área cultivada em todas as regiões produtoras, principalmente na Região Sul e Fronteira Oeste, justificado pela boa rentabilidade da cultura, o bom volume de água nas barragens e rios das regiões produtoras e a possibilidade de realizar o preparo antecipado das áreas, permitindo a obtenção de boas produtividades.

Tocantins: o plantio do arroz irrigado ainda não teve início, uma vez que os rios da bacia estão com baixos níveis e para realizar a captação de água é muito importante ocorrer a regularidade das chuvas para normalizar a vazão. Para o arroz de sequeiro, o calendário de plantio é de novembro a dezembro.

Maranhão: o arroz irrigado corresponde a 5% da área total de arroz (sequeiro e irrigado) no estado, e as áreas produtoras se encontram nos municípios de Arari, Vitória do Mearim e Viana, na Baixada Maranhense, no norte do estado, São Mateus do Maranhão, no Médio Mearim e Grajaú, no centro do estado. Na safra 2024/25, o plantio foi iniciado na segunda quinzena de junho de 2024. Em setembro de 2024, o plantio foi praticamente finalizado, atingindo 96% da área prevista, restando apenas as áreas de Viana. As lavouras já se encontram em todas as fases do seu ciclo de desenvolvimento: emergência, desenvolvimento vegetativo, floração, enchimento de grãos, maturação e em algumas áreas já com a realização da colheita, e em boas condições.

A colheita foi iniciada no final de setembro de 2024 e alcança 1% das áreas, ocorrendo até fevereiro de 2025, considerando o ciclo das variedades cultivadas em torno de 110 dias a 120 dias.

O sistema de plantio é convencional, com uso de mudas pré-germinadas. Para a safra 24/25, a área de plantio é estimada em 4,2 mil hectares, com aumento de 16,7% em relação à safra anterior, principalmente nas áreas de
São Mateus, Viana e Grajaú, devido à expectativa de bons preços praticados no mercado do cereal. Já o plantio do arroz de sequeiro deve ser realizado entre os meses de dezembro de 2024 e fevereiro de 2025, a depender do
início e regularidade das chuvas.

Minas Gerais: observou-se um incremento de áreas cultivadas sobre irrigação no estado, na região noroeste, principalmente devido aos preços praticados no mercado. O plantio já atinge cerca de 20% da área total a ser cultivada. Já para as áreas de arroz de sequeiro espera-se o início das chuvas para a realização do plantio na janela ideal.

Rondônia: no início do ano-safra 2024/25 tem se verificado uma severa escassez hídrica na região e a regularidade das chuvas, que deveriam iniciar na segunda quinzena de setembro, não ocorreu, o que inviabiliza as condições para o plantio. Assim, a maioria das áreas está preparada, mas aguarda o melhor momento para iniciar o plantio.

Amazonas: a estiagem tem dificultado a execução do planejamento de semeadura.

Goiás: a área de arroz irrigado no estado deverá ter um pequeno incremento nesta safra. O plantio é escalonado, sendo divido entre setembro e dezembro, com a maior porcentagem da semeadura ocorrendo principalmente em
novembro e dezembro, podendo estender o plantio, a depender do volume de chuvas neste período. As lavouras que foram plantadas em setembro estão em fase de emergência das plantas e desenvolvimento vegetativo.

Pará: o arroz irrigado do estado é cultivado na região intermediária de Breves no arquipélago do Marajó. Do arroz total para a safra 24/25, o irrigado iniciou a semeadura em julho de 2024, em que o planejamento de plantio abrange duas etapas, sendo uma na estação seca, com aproximadamente 4.000 hectares plantados, e a outra no início da estação chuvosa, com 1.200 hectares de lavouras. Assim, as lavouras se encontram em bom estado, com fenologia de 85% em desenvolvimento vegetativo e 15% em fase reprodutiva. Quanto ao arroz de sequeiro, planta-se como cultivo preliminar de áreas recém-abertas para soja e milho, e há a estimativa de semear uma área maior que a safra 2023/24, no qual ainda não teve início as atividades de lavoura na atual safra.

Piauí: uma vez que o cultivo irrigado é feito por inundação ou cultivadas em vazante, as condições climáticas da região, mesmo com irregularidade das chuvas, não têm impacto significativo na cultura, uma que o período de
plantio da cultura no estado ocorre em maio. Para esta safra deve haver um pequeno aumento de área do arroz irrigado.

Em relação ao cultivo de sequeiro, geralmente ocorre nas áreas da agricultura familiar e principalmente na região semiárida do estado, porém tem-se observado a implantação da cultura também na região norte em aberturas
de áreas para cultivo de soja. A semeadura se concentra historicamente em dezembro e janeiro.

Paraná: para o arroz irrigado, boa parte da área já foi plantada (62%). A área teve incremento em Umuarama, refletindo cerca de 4% do estadual em relação à safra passada. As lavouras se concentram na fase de emergência
das plantas, com 90% da área, e o restante se encontram no início do desenvolvimento vegetativo, em boas condições fitossanitárias. No arroz de sequeiro, com a ocorrência de precipitações, as condições de disponibilidade
de água no solo favoreceram a semeadura, com exceção das áreas de produção no norte paranaense, que não ocorreram chuvas suficientes para a manutenção da umidade ideal no solo. Assim, houve o plantio em 18%
da área total, estimado em sua maior parte com 77,6% em emergência e demais áreas em desenvolvimento vegetativo. Praticamente, as lavouras estão, na maioria, em boas condições (99%).

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