Preços caem 4,5% em maio para o arroz em casca. Na gôndola, 7% no ano.
(Por Cleiton Evandro – AgroDados/Planeta Arroz) Com cerca de 15 mil hectares ainda por colher, processo atrapalhado pelas chuvas que ocorrem no Rio Grande do Sul desde a última sexta-feira, 23, está se consolidando um resultado final de uma grande safra no Rio Grande do Sul. O Irga projeta 970,2 mil hectares semeados e a Emater/RS projeta média colhida de 8.558 quilos por hectare, o que redundaria em aproximadamente 8,3 milhões de toneladas de arroz em casca recolhidos das lavouras gaúchas. Algumas organizações projetam mais, algo em torno de 8,5 milhões de toneladas.
Se em termos produtivos a notícia é muito boa, quando se trata de mercado, a situação é um pouco diferente. A liquidez se mantém baixa e as cotações já desvalorizaram mais de 25% em neste ano civil. Em comparação ao ano passado, chega a 31% a diferença de valores para o arroz em casca no Rio Grande do Sul, conforme o Indicador de Preços de Arroz em Casca Cepea/Irga-RS.
A movimentação de negócios é baixa, com desinteresse de compra da indústria, em especial as de grande porte, embora se tenha notado nos últimos dias um interesse maior de venda pelos agricultores, em especial, para a exportação. Algumas lideranças têm procurado as tradings e incentivado a venda para fora como forma de buscar uma valorização interna.
Ainda é difícil obter melhores resultados. Há lentidão nos negócios do mercado interno, cujo consumo se mantém estagnado em 10,5 milhões de toneladas de arroz em casca, diante de uma oferta nacional de 12,14 milhões de toneladas, e mais um excedente de 3,5 milhões de toneladas no Mercosul, que em boa medida deverá tornar-se estoque de passagem no Brasil.
Ao consumidor, a notícia parece boa. O preço do arroz nas gôndolas dos supermercados está em queda. Porém, é importante perceber que no varejo o arroz caiu apenas 7% em 2025. Ou seja, a retração está descolada do restante da cadeia produtiva, o que gera uma situação de desequilíbrio.
Este cenário mantém as cotações pressionadas ao longo do processo.
Afora isso, a situação reflete a postura cautelosa imposta tanto por compradores quanto por vendedores, diante de um cenário de incertezas e retorno da valorização dos preços.
Assim, muitos agentes de mercado se mantêm ausentes das operações, aguardando as melhores condições para retornar. As negociações seguiram pontuais e envolveram principalmente o arroz depositado nas unidades de beneficiamento.
Dessa forma, o Indicador CEPEA/IRGA-RS (58% grãos inteiros, com pagamento à vista) fechou em R$ 72,54/saca de 50 kg, recuo de 0,22% em relação ao de quinta-feira. Em dólar, acompanha a tendência verificada nos preços futuros da Bolsa de Chicago, para os estados unidos e fixou referência em torno de US$ 12,83 a US$ 12,93. No mês, os preços do arroz em casca, segundo o indicador Cepea/Esalq, caíram 4,5%, até agora, conforme informações do Cepea. A semana, chuvosa até a quarta-feira, segundo dados dos institutos de meteorologia, deve atrasar ainda mais a colheita que só terminará, em terras gaúchas, na primeira semana de junho.
Os preços, até lá, não devem ter grandes mudanças e dificilmente inverterão a lógica baixista.
1 Comentário
Pois é o que falei…. Para o produtor o preço caiu de $ 115 para $ 70… Ou seja, $ 45… Isso representa 40%… mas na gôndola caiu 7%… Alguém na cadeia está metendo a mão nos outros 33% !!! O produtor está protestando pela Securitização já agora, mas certamente o maior protesto de todos será em setembro, outubro e novembro reduzindo 20% da área cultivada! Essa vai ser a grande resposta!!!