72% das estradas brasileiras estão em péssimas condições
Precariedade das estradas afeta o preço do frete.
Depois de 32 dias avaliando as condições de conservação do pavimento, da sinalização e da geometria dos 81.944 quilômetros de rodovias federais, estaduais e sob concessão, em todos os estados, 15 equipes de pesquisadores da Confederação Nacional do Transporte (CNT) concluíram que 72% (59 mil quilômetros) apresentaram algum grau de imperfeição, dos quais 32% foram considerados deficientes (26 mil quilômetros), 22% ruins (18 mil quilômetros) e 18% péssimos (15 mil quilômetros). Os dados da 10ª Pesquisa Rodoviária realizada pela CNT foram divulgados nesta quarta-feira (21-09).
Apenas 17% da malha rodoviária pesquisada este ano obtiveram a classificação de bom (14 mil quilômetros) e 11%, de ótimo (9 mil quilômetros). Neste ano, foram incluídos na pesquisa 7.263 quilômetros. Foram pesquisados 8.736 quilômetros na região Norte, 23.976, no Nordeste, 11.740 no Centro-Oeste, 22.997 no Sudeste e 14.495 no Sul. Em 2004, as equipes percorreram 74.681 quilômetros de rodovias e constataram que 74,7% apresentavam alguma deficiência em seu estado geral.
Para o presidente da CNT, Clésio Andrade, a pesquisa aponta um “panorama lamentável” das rodovias. “A situação da malha rodoviária brasileira, que continua em estado crítico, ao invés de ser um fator favorável ao desenvolvimento, prossegue como um sério entrave ao progresso econômico e social do país”, afirmou. Ele confirmou que as precárias condições das rodovias aumentam o custo do transporte, encarecem produtos e elevam os riscos de acidentes. Andrade alertou sobre a necessidade de que as autoridades agilizem um programa emergencial de recuperação da malha viária. Para ele, só assim o país sairá do “apagão logístico” em que se encontra.
Segundo a Assessoria de Imprensa do Ministério dos Transportes, a área responsável pelas rodovias está analisando o resultado da pesquisa apresentada pela CNT e deverá se manifestar tão logo seja concluída a apreciação.
De acordo com a CNT, o objetivo do trabalho é contribuir com o planejamento de políticas públicas e estudos sobre o assunto. Para isso, o relatório da Pesquisa Rodoviária 2005 será enviado a diversos órgãos ligados ao transporte rodoviário, tais como os governos federal e estaduais, Congresso Nacional, agências, ministérios, entidades sindicais, universidades e bibliotecas. A íntegra da pesquisa pode ser acessada na internet (www.cnt.org.br).