Sorgo, milho e soja podem melhorar solo das várzeas

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no Rio Grande do Sul está apresentando resultados dos estudos de quase duas décadas sobre as técnicas e vantagens da rotação de cultura em áreas de várzea.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no Rio Grande do Sul está apresentando resultados dos estudos de quase duas décadas sobre as técnicas e vantagens da rotação de cultura em áreas de várzea. No último final de semana, durante a 14ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, em Santa Vitória do Palmar, a Embrapa Clima Temperado de Pelotas lançou um manual sobre os aspectos tecnológicos das culturas de arroz irrigado, milho, soja e sorgo em várzeas.

Segundo Marilda Porto, engenheira agrônoma e pesquisadora da Embrapa, as variedades de sorgo grão e sorgo para silagem são as melhores para um sistema de rotação com as cultivares de arroz. “A rotação de cultura não visa tirar as áreas de produção de arroz, mas sim aproveitar o período que o solo ficaria em pousio para introduzir outras culturas e também melhorar o desempenho do solo nas plantações seguintes de arroz”, observa Marilda.

A rotação de culturas para as áreas cultivadas com arroz dependem basicamente da adaptação do solo, que precisará ganhar um sistema eficiente de drenagem para não permanecer inundado ou com excesso de umidade após as chuvas.

Segundo a pesquisadora Marilda Porto, os produtores que trabalham com áreas sistematizadas para cultivo de arroz pré-germinado a rotação de cultura é pouco recomendada, pois a inundação prévia da área antes da plantação do pré-germinado elimina as plantas invasoras que seriam combatidas com a rotação de cultura.

A rotação de culturas é indicada principalmente para os produtores que têm áreas infestadas com plantas daninhas. A cada ano os pesquisadores avançam nas pesquisas. Uma das últimas descobertas é redução do espaçamento dos pés de milho para cerca de 50 centímetros entre as linhas no sistema de rotação. O espaçamento tradicional de aproximadamente 1 metro permite maior penetração de luminosidade no solo, o que ajuda a manter as sementes daninhas que estão prejudicando o cultivo de arroz.

DICAS

1. O produtor precisa identificar o solo que está trabalhando para definir a necessidade e periodicidade da rotação. O objetivo é melhorar as condições do solo, pois a monocultura tende a provocar a degradação física, química e biológica do solo e a queda da produtividade. Também proporciona condições mais favoráveis para o desenvolvimento de doenças, pragas e plantas daninhas.

2. A rotação de culturas consiste em alternar o cultivo das espécies vegetais numa mesma área agrícola. As espécies escolhidas devem ter, ao mesmo tempo, propósitos comercial e de recuperação do solo.

3. No planejamento de rotação é necessário considerar que não basta apenas estabelecer e conduzir a melhor seqüência de culturas, dispondo-as nas diferentes glebas da propriedade. É necessário que o agricultor utilize todas as demais tecnologias à sua disposição, entre as quais destacam-se: técnicas específicas para controle de erosão, calagem, adubação, qualidade e tratamento de sementes, época e densidade de semeadura, cultivares adaptadas, controle de plantas daninhas, pragas e doenças.

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