Alta nos preços mundiais
Análise de Patrício Mendez del Villar, do Cirad, aponta alta dos preços mundiais em abril e redução do comércio internacional em 2004.
Em abril, os preços mundiais tiveram nova alta em função de uma demanda de importação que continua ativa e uma oferta relativamente escassa. A informação é do economista Patrício Mendez del Villar, do Cirad, que publica mensalmente um informativo sobre o mercado mundial de arroz (InterArroz).
Segundo ele, as perspectivas de uma segunda colheita pequena na Tailândia, por interferência da falta de água, e as restritas disponibilidades vietnamitas contribuíram para a firmeza dos preços de exportação. Em abril, o índice Oziriz/InfoArroz (IPO) utilizado pelo economista subiu para 113,6 pontos contra 109,0 em março (base 100 = janeiro de 2000).
Em 2004, segundo del Villar, os preços devem se manter firmes devido à oferta limitada, sobretudo na Índia e na China, onde as reservas internas apresentaram forte queda no final de 2003.
O mercado mundial também apresenta um viés de queda. Segundo Patrício Mendez del Villar. Em 2004, o comércio mundial pode cair para 25,5 milhões de toneladas contra 28 milhões de toneladas em 2003. Esta redução se deve à menor demanda de compras internacionais em alguns grandes importadores asiáticos e sul-americanos, onde a produção cresceu.
O volume global de produção de arroz deve aumentar, segundo a FAO, em 3,3% para 591 milhões de toneladas, contra 572 milhões/ton em 2002/2003. As boas condições climáticas e a expansão das áreas arrozeiras têm contribuído para elevar a produção, sobretudo na Índia. As primeiras estimativas para a safra 2004/05 indicam nova alta, alcançando o volume recorde de 612 milhões/ton.
Essas previsões, de acordo com o pesquisador do Cirad, levam em consideração a revalorização dos preços internos, motivando assim os produtores a aumentar as áreas plantadas. Na China também se espera uma alta da produção, graças a uma maior utilização de variedades híbridas, que compensaria a redução constante das áreas semeadas desde 1999.
Não obstante, para atender o consumo global, as reservas mundiais no final de 2004 devem cair novamente, para 100 milhões/ton contra 122 milhões/ton em 2003 – o nível mais baixo desde 1987.