Federarroz projeta exportação em contêineres

Com safra superior ao estimado no Brasil, segundo a Conab, o Rio Grande do Sul busca alternativas de comercialização e garantia de preços, como a busca pela exportação.

Com safra superior ao estimado no Brasil, segundo a Conab, o Rio Grande do Sul busca alternativas de comercialização e garantia de preços, como a busca pela exportação. Apesar do mercado interno estar mais atrativo do que o externo, os produtores adotarão um sistema de cotas, denominado “cotas de investimento”, mesmo vendendo abaixo dos preços do mercado interno, como forma de abrir mercado internacional.

A Federarroz, em parceria com os produtores, está engajada na busca de novos mercados tentando quebrar paradigmas históricos e alavancar oportunidades comerciais diversificadas e mais estáveis para o arroz através da exportação.

Recentemente, durante a reunião da Câmara Setorial do Arroz, a Federarroz sugeriu a implantação de imediato do projeto de exportação de “contêineres” com 540 sacos, cada um, de arroz. Com essa alternativa, o vice-presidente da federação, Valter José Pötter afirma que será aberto mais um canal de comercialização visando esquentar e estabilizar o mercado arrozeiro e garantir melhores preços. Essas novas expectativas de mercado também estão sendo alavancadas pelo Irga e Farsul.

Pötter diz que será feito o primeiro contrato piloto para exportação no total de 50 contêineres. O vice-presidente comenta que a Federarroz lançou esta proposta e se comprometeu em mobilizar os produtores para fazer a inscrição. Já o Instituto Riograndense do Arroz (Irga) será responsável pela negociação e logística para operacionalização.

O município de Dom Pedrito já se comprometeu em inscrever 30 contêineres para exportação. Nesta quarta-feira, teve início a amostragem dos produtos na Emater e também estão sendo encaminhadas amostras de arroz para os países importadores.

Uruguaiana e Jaguarão também já garantiram suas inscrições com uma quantidade expressiva de arroz. De acordo com Pötter, há muitos anos não é exportado grande quantidade de arroz gaúcho em contêineres.

Ele observa que a meta é efetivar uma exportação piloto para que outros negócios possam ser concretizados. “Os contêineres servirão para inserir o arroz natural gaúcho no contexto exportador e abrir novos mercados”, aponta o vice-presidente ao comentar que mesmo que o preço hoje não seja convidativo, tem-se a convicção que é um investimento de grande retorno para o futuro da lavoura de arroz. Pötter solicita as Associações de Arrozeiros que se mobilizem, organizando-se para entrar nos Grupos de Exportação (Gex).

ORIENTAÇÕES

Conforme o diretor de mercado da Federarroz, Marco Tavares, que é coordenador do programa de exportação no Irga, a prospecção de mercado já teve início na América do Sul, América Central, Caribe e Ásia. Ele observa que as entidade já receberam diversas opiniões de cotações e também propostas para compra do produto. Em vista disso, estão sendo criado grupos onde ficou definido a mostra padrão que será encaminhada aos países.

Ficou acertado como padrão o arroz tipo variedade 417, 418 e 409, com melhor qualidade, sendo grãos inteiros acima de 58 e renda acima de 69 inteiro, impurezas 1%, defeitos gerais até 2% e sem barriga branca.

Cada grupo deverá apresentar no mínimo 10 contêineres. Tavares informa que o produtor deverá tirar amostra inicial de dois quilos e encaminhar para Emater que irá emitir um laudo. Após, amostra e o laudo deverão ir para o Irga, que receberá duas amostras por contêineres. O segundo processo é a definição da mostra padrão de cada grupo e depois os produtos serão encaminhados para tradings para alavancar negócios.

Tavares atenta que os orizicultores deverão ter toda cautela possível e se preparar para a queda do braço, tendo em vista os números divulgado pela Conab, que não estão de acordo com os dados reais. Por esse motivo, o diretor de mercado diz que é importante frisar a exportação porque se transforma em uma oportunidade de vender os excedentes e de orientação e sustentação do preço mínimo no mercado.

As entidades representativas do setor orizícola também estão engajadas na busca por mecanismos de sinalização de mercados futuros. A intenção é de realizar leilões de exportação com o objetivo de agregar valor final com o Valor de Escoamento de Produto (VEP), com incentivo do Governo Federal.

O VEP ocorre nos moldes dos leilões de opção e é compensatório para o setor produtivo, porque promove a competitividade no mercado externo.

Os produtores que desejarem se inserir neste projeto podem procurar o assessor de comercialização do Irga, Marco Aurélio Tavares, pelo telefone (51) 33375144, ramal 261. Além disso, durante a Fenarroz, que acontece de 17 a 23 de maio, em Cachoeira do Sul (RS), será colocado à disposição o “Livro de ouro de exportações”. Esse material servirá para a inscrever interessados. O livro possibilitará a parceria com tradings, permitindo que valores maiores sejam comercializados no futuro.

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