FAO pede maior aproveitamento do arroz

Cereal continuará no foco das ações da ONU em 2005, diz o representante da FAO no Brasil, José Tubino.

O representante da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), José Tubino, disse hoje em palestra na 13ª Fenarroz, em Cachoeira do Sul (RS), que o Brasil deve aproveitar melhor a produção de arroz. “A parcela mais nutritiva está sendo dada aos animais. O farelo de arroz deveria ser melhor aproveitado”, observou Tubino, pedindo ação dos órgãos de pesquisa.

Tubino disse que o arroz continuará sendo o foco das ações da FAO em 2005, uma forma de reeditar a campanha da ONU de Ano Internacional do Arroz. Ele palestrou para um público seleto, cerca de 150 pessoas que representam a cadeia produtiva do arroz no Rio Grande do Sul.

Além de pedir o aproveitamento de técnicas para aumentar a produtividade, Tubino elogiou a criação de restaurantes populares, o programa de merenda escolar, o programa de combate ao desperdício de alimentos e o Fome Zero.

O representante da FAO disse que algumas iniciativas estão dando certo em vários países, mas no Brasil as ações ainda são tímidas e não passam das mesas dos idealizadores por falta de consistência prática. Ele declarou que a Aliança Internacional Contra a Fome, entidade que reúne 183 países, concluiu que a “erradicação da fome no mundo depende de lideranças que realmente acreditam em iniciativas práticas, que fujam dos discursos”.

Na palestra, o representante da FAO no Brasil, José Tubino, disse que é preciso uma maior conscientização sobre a importância do arroz. “É uma questão de segurança alimentar. As comunidades devem ser alertadas das diversidades e complexidade dos sistemas de produção. Os produtores precisam cada vez mais de assistência técnica e os órgãos de pesquisa devem promover o melhoramento dos produtos à base de arroz. O arroz é vida”, discursou Tubino

NÚMEROS

Segundo dados da ONU, 80% do arroz produzido no mundo são cultivados por pequenos agricultores dos países em desenvolvimento. O Brasil ocupa a nona posição entre os países produtores do cereal, mas está no terceiro lugar em importação do grão para o abastecimento interno.

“O melhor aproveitamento do arroz é uma alternativa para combater a fome no mundo. A erradicação da desnutrição e subnutrição necessita de programas de estímulo ao aumento da produção de arroz, a principal fonte de alimento para mais de 50% da população do planeta”, analisou Tubino..