Arroz produzido com efluentes líquidos será colhido neste sábado

Trabalho desenvolvido pela Emater/RS e pelo Departamento Municipal de Águas e Esgoto de Porto Alegre (Dmae) mostra resultados e pode ser levado a outras regiões. Experimento foi conduzido em 2,5 hectares e deve produzir cinco toneladas.

Depois de se comprovar os excelentes resultados do adubo orgânico na agricultura, a novidade para o setor é o aproveitamento dos nutrientes dos efluentes líquidos do tratamento do esgoto para o cultivo de arroz. A experiência está sendo desenvolvida pela Emater/RS-Ascar, pelo Departamento Municipal de Águas e Esgotos (Dmae) de Porto Alegre e pelo produtor Valdir Tuchtenhagem, da capital gaúcha.

Neste sábado 5, às 10h, será realizada a colheita dos grãos, com as presenças do diretor técnico da Emater/RS, Ricardo Schwarz, da gerente adjunta da Emater/RS-Ascar em Porto Alegre, Ana Annoni, e do prefeito João Verle na Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) Belém Novo (Rua Heitor Vieira, 1450).

A expectativa é de que sejam produzidas cinco toneladas numa área de 2,5 hectares cultivados no local. Uma parte da colheita de arroz será repassada pelo produtor ao Programa Fome Zero.

Em janeiro, os técnicos da Emater/RS-Ascar e do Dmae e o produtor Tuchtenhagem iniciaram os trabalhos de preparação do solo e de estruturação da lavoura. O sistema testado na área consiste em aproveitar a água resultante do processo de tratamento do esgoto na ETE, rica em nutrientes, nitrogênio e fósforo, como adubo na produção de arroz.

Dessa maneira, o agricultor não precisa utilizar produtos químicos, reduzindo os custos. Outra vantagem é que a água, ao ser direcionada para o Lago Guaíba, está livre do nitrogênio e do fósforo, que favorecem a proliferação de algas.

De acordo com o extensionista da Emater/RS-Ascar de Porto Alegre, José Bonifácio Gomes, esse é um modelo de produção sustentável, que amplia a renda da família com a redução dos custos, que pode chegar a 70%, qualifica o tratamento de efluentes líquidos e preserva o meio ambiente. Além disso, o alimento produzido é de qualidade.

“O principal benefício é mostrar para o agricultor que existem outras formas de cultivo economicamente mais viáveis e que o produto final terá mais qualidade, pois dispensa a utilização de produtos químicos”, ressalta. O acompanhamento da experiência também foi feito pelo técnico da Emater/RS-Ascar Carlos Otávio de Souza Matos.

O superintendente de operações do Dmae, Dario Etchichury, destaca a contribuição do cultivo de arroz para que a água seja devolvida ao Lago Guaíba com mais qualidade. Para o agricultor Valdir Tuchtenhagem, os resultados são muito bons para a qualidade da água devolvida ao Lago Guaíba. Lembra que como o plantio não foi realizado na época correta, a produtividade neste ano não será muito boa. “Se fosse plantado na época certa, o resultado seria ótimo”, avalia o produtor.

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