Os números da Conab e o mercado

A colheita da nova safra e o quadro de oferta e demanda projeta mercado mais equilibrado e preços mais firmes para o segundo semestre de 2004.

Os novos números divulgados no último levantamento da Conab, indiscutivelmente, indicam uma safra cheia, superando a safra de 1998/99 em 9,65%, que alcançou 11,58 milhões de toneladas. No ultimo levantamento foram computadas reduções em Santa Catarina, no Norte e Nordeste e no Mato Grosso e aumento da produção no Rio Grande do Sul, que alcançou 6,3 milhões de toneladas, registrando também a sua maior safra.

Segundo o consultor e diretor de mercado da Federarroz, Marco Aurélio Marques Tavares, se for considerada a quebra técnica de 2,4% sobre a produção, o valor real da safra deverá ficar entre 12,3 a 12,4 milhões, números mais próximos da realidade de mercado.

Um grupo técnico da cadeia produtiva e da Conab irá definir os parâmetros para que o percentual de perda entre a armazenagem e o consumidor final passe a ser computado nos dados de safra.

Segundo Tavares, os novos números da safra e as alterações ocorridas nos estoques iniciais – que foram reduzidos de 1,03 milhões de toneladas para 358 mil toneladas, resultante dos ajustes realizados pelo grupo técnico da Conab e da cadeia produtiva do RS – determinam profundas alterações no quadro de oferta e demanda, que previa antes do levantamento atual um estoque final para 2004/2005 superior a 2 milhões de toneladas, e contribui decisivamente para a depressão dos preços nos últimos dois meses.

O novo quadro de suprimentos – estoques iniciais de 358 mil toneladas, produção de 12,7 milhões de toneladas, consumo de 12,6 milhões de toneladas, importações de 800 mil toneladas e exportações de 100 mil toneladas – aponta para um estoque de passagem de 1,1 milhão de toneladas, correspondente ao consumo de apenas um mês e quase 1 milhão de toneladas abaixo dos números dos excedentes projetados anteriormente pelo mercado.

A nova composição do quadro de oferta e demanda com os números mais realistas, segundo o consultor, deverá manter o mercado sem riscos de desabastecimento, sem necessidade de importações de terceiros mercados. A implementação das exportações deverá manter o mercado mais equilibrado e com preços mais firmes para o segundo semestre.

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