Arrozeiros gaúchos querem embargo ao arroz argentino

Embargo brasileiro ao arroz argentino pode ocorrer nos próximos dias. Reunião na Farsul, ontem, definiu posição dos gaúchos.

A restrição à entrada de arroz argentino no Brasil pode ocorrer nos próximos dias, caso o país vizinho mantenha o embargo à entrada de produtos brasileiros. A decisão foi tomada pela diretoria da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), em reunião encerrada ontem à noite na sede da entidade, em Porto Alegre.

Em outra reunião realizada ontem entre Brasil e Argentina foi decidida uma cota de exportação brasileira de 40 mil fogões para esse segundo semestre e 47,5 mil nos primeiros seis meses de 2005. Porém ainda existe a possibilidade de embargo a outros produtos brasileiros, o que reforça o pleito da Farsul.

“Esta restrição seria uma resposta à decisão da Argentina de proibir a entrada de produtos brasileiros, visto que eles precisam exportar o excedente da produção de arroz para nós”, afirma Carlos Sperotto, presidente da entidade. A decisão será levada oficialmente em discussão na reunião entre os países membros e convidados do Mercosul no Fórum da Federação das Associações Rurais, que ocorre entre os dias 19 e 23 deste mês em Palermo, na Argentina.

Nesse encontro será discutida a posição do bloco econômico frente às negociações com a União Européia, que deve ocorrer ainda no final do mês, em Bruxelas.

Com uma colheita de 12,7 milhões de toneladas de arroz na safra desse ano, o Brasil não necessita importar o produto para atender o consumo interno previsto em 12,6 milhões toneladas. O excedente de 100 mil toneladas será exportado, mas ainda não existe uma definição para quais países.

A compra de arroz argentino serviria apenas para manter um tratado com a Argentina e o Uruguai, que exportam anualmente cerca de 1,2 milhão de toneladas para o Brasil. “Precisamos lembrar a Argentina que oferecemos um espaço para comercializarem seus produtos aqui em detrimento do nosso, como forma de cumprirmos o acordo já firmado há cinco anos”, ressalta Sperotto.

Atualmente a Argentina vende 440 mil toneladas de arroz por ano ao Brasil, sendo que até agora entraram somente 74 mil toneladas. ”Ainda existe um volume significativo de aproximadamente 350 mil toneladas”, destaca o presidente. Ele disse também que o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, já tem conhecimento sobre a possibilidade de retaliação. Segundo Sperotto, o ministro apoia a decisão como forma de defender os interesses do setor.

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