Arrozeiros querem painel contra EUA e Tailândia na OMC

Embalado pelas recentes vitórias na Organização Mundial do Comércio contra as políticas de apoio da União Européia ao açúcar e dos Estados Unidos ao algodão, o Brasil poderá abrir uma nova frente de batalha internacional, desta vez na área de arroz.

Embalado pelas recentes vitórias na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as políticas de apoio da União Européia ao açúcar e dos Estados Unidos ao algodão, o Brasil poderá abrir uma nova frente de batalha internacional, desta vez na área de arroz.

Nesta sexta-feira, arrozeiros da América do Sul reúnem-se em Porto Alegre (RS) para discutir a possibilidade de abertura de um painel (comitê de arbitragem) na OMC contra subsídios praticados pelos EUA e pela Tailândia, dois dos três maiores exportadores mundiais do cereal.

Pery Sperotto, presidente do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), afirma que sete países da América do Sul – entre eles Argentina e Uruguai – já confirmaram o interesse em abrir o painel. “A discussão ainda é incipiente e deverá ser pauta de reuniões nas próximas semanas”, afirmou.

Ainda assim, Sperotto disse que os subsídios concedidos por esses países a seus produtores reduz preços no mercado internacional e, consequentemente, a competitividade do Mercosul. O Brasil tem projeto para exportar 100 mil toneladas este ano, mas a negociação em relação ao preço emperra a conclusão do negócio desde julho.

Marco Aurélio Tavares, diretor de mercado da Federação dos Arrozeiros do Estado (Federarroz), afirmou que os preços praticados pelo Brasil estão compatíveis com os internacionais – em torno de US$ 200 por tonelada; mas, segundo ele, também há dúvidas no mercado externo sobre a política de preços que será adotada pelos Estados Unidos na safra 2004/05, quando a produção do país deverá aumentar 11%.

Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), as exportações globais de arroz devem alcançar 24,3 milhões de toneladas em 2003/04. A Tailândia lidera o ranking dos maiores, com 9 milhões, seguida por Vietnã (3,75 milhões) e EUA (3,23 milhões).

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