Projeções estão mais otimistas no Mato Grosso

Equiparação da pauta com mercado, indefinições no RS e baixa cotação da soja estimulam plantio em Mato Grosso.

A Associação dos Produtores de Arroz de Mato Grosso (APA/MT) está mais otimista para a safra 04/05. Ao contrário da primeira sondagem entre os orizicultores, que apontou no início de julho uma redução de área de até 50% no estado, o presidente reeleito, Ângelo Maronezzi, acredita que a área destinada à cultura terá uma produção maior, ocupando praticamente a mesma do ciclo passado, com cerca de 600 mil hectares (ha) cultivados, mas com uma produção estimada em 1,8 milhão de toneladas (t).

Confirmados estes números, a rizicultura mato-grossense contabilizará uma expansão de área de 15 mil ha, contra os 585 mil ha do ciclo passado, quando foram produzidas 1,5 milhão de t. O diferencial está na produtividade. “Mas por todo preparo que fizemos com a introdução de novas tecnologias e difusão de técnicas de manejo entre os produtores, acredito que nosso diferencial estará na produtividade, onde esperamos atingir 3,3 mil quilos por ha”, aposta Maronezzi.

Ele lembra que as chuvas entre janeiro e fevereiro deste ano prejudicaram a colheita e o rendimento tradicional de até 3,1 mil quilos/ha, da safra 02/03, caiu este ano para até 2,6 mil quilos/ha. “Esperamos que a chuva não nos atrapalhe no próximo ano. Mas agora, tudo que queremos são chuvas para iniciarmos o plantio em outubro”, exclama Maronezzi. O plantio se estende até dezembro e a colheita vai de janeiro a abril.

A revisão para cima na intenção de plantio foi motivada, segundo Maronezzi, por alguns fatores de mercado, “que influenciam positivamente na decisão dos produtores e assegura um mercado melhor para o próximo ano”, justifica o presidente. Entre eles está a redução no preço de pauta – valor que baliza os preços adotados no estado como forma de aplicar a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), sobre um único valor para todo estado – “isso aproxima as indústrias de fora da produção estadual”.

“A redução autorizada pela Secretaria de Fazenda em agosto, foi boa, pois tirou um preço médio para tributação de R$ 43,20, enquanto o mercado pagava R$ 31. Agora a pauta está em R$ 34,80 e o mercado paga R$ 32 pela saca de 60 quilos, há uma equiparação mais racional”, explica Maronezzi.

Outro fator que motivou a redução de área foi a concorrência com a soja, há algumas safras, pois é uma commoditie de melhor rentabilidade e liquidez de mercado que estava “tomando” as áreas do arroz. “Com a baixa na cotação da oleaginosa e a falta de perspetivas de bons preços, muitos sojicultores estão fazendo as contas para ver se vai compensar o plantio e é nesta que o arroz sai ganhando”. Ele acrescenta ainda que o Governo Federal já anunciou que está com estoques baixos do cereal.

O último fator de reação para esta primeira ponta da cadeia produtiva é a indefinição de área no Rio Grande do Sul, pela falta de água.

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