Falta de chuvas prejudica o arroz no Mato Grosso

A instabilidade do regime de chuvas em Mato Grosso, que já devia estar bem definido nesta época do ano, está atrapalhando também o plantio do arroz.

A instabilidade do regime de chuvas em Mato Grosso, que já devia estar bem definido nesta época do ano, está atrapalhando também o plantio do arroz. “O produtor de arroz já não sabe mais o que fazer: quando ele pensa que a chuva vai continuar e planta, vem vários dias de sol e esturrica as plantinhas que nasceram”, afirma um pequeno orizicultor da Baixada Cuiabana.

Diante dos problemas climáticos que a orizicultura está enfrentando, é difícil prever se Mato Grosso vai efetivamente aumentar na safra 2004/2005 a área de cultivo de arroz, conforme constatou o primeiro levantamento sobre intenção de plantio feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). De acordo com a pesquisa do órgão governamental, Mato Grosso deve plantar entre 651 e 660 mil hectares de arroz, com um aumento de cerca de 14 mil hectares em relação à safra anterior.

Mesmo com o atual preço animador do arroz, que está sendo comercializado esta semana a R$ 25,00 a saca de 60 quilos, a falta de chuvas em algumas regiões produtoras pode levar muitos produtores a desistirem da cultura para não correr riscos de sofrer prejuízos com o replantio das lavouras. Outro fator que deixa os produtores assustados é a entrada no Brasil dos excedentes de arroz de outros países, o que poderá forçar a queda do grão no mercado interno.

CRESCIMENTO

Conforme a estimativa preliminar da Conab, Mato Grosso deve produzir na safra que está sendo plantada 1,968 milhão de toneladas de arroz, quase 120 mil toneladas a mais do que colheu em 2003/2004. “Mas se o tempo não melhorar para reanimar o orizicultor mato-grossense, dificilmente chegaremos a essa produção” – suspeita um técnico ligado à orizicultura.

Enquanto Mato Grosso deve ter um pequeno incremento na área de cultivo do arroz, o Rio Grande do Sul, o maior produtor do cereal, está plantando menos, por causa do baixo nível das águas das represas que irrigam as plantações. Na safra passada, o estado sulino colheu 6,3 milhões de toneladas do cereal, enquanto a produção de 2004/2005 deve ficar em torno de no máximo 5,5 milhões de toneladas.

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