Arrozeiros gaúchos fecham a fronteira com o Uruguai

Um grupo formado por cerca de 100 produtores rurais de Bagé e Dom Pedrito começou a movimentar-se no início da tarde desta quinta-feira para fechar novamente a fronteira com o Uruguai em protesto contra as importações que estão forçando uma queda histórica nos preços do arroz nacional.

Neste início de tarde da quinta-feira 25, um grupo formado por cerca de 100 produtores rurais de Bagé e Dom Pedrito movimenta-se no sentido de fechar o trânsito para caminhões carregados de arroz procedentes do Uruguai, na BR 153, a seis quilômetros de Bagé. A rodovia liga Aceguá, na fronteira, com o restante do Rio Grande do Sul.

O presidente da Associação de Arrozeiros de Bagé, Ricardo Zago, confirmou a determinação dos produtores de levantarem uma “barreira de produtores, caminhões e máquinas, por tempo indeterminado”, em sinal de protesto à forma com que o arroz do Mercosul está entrando no Brasil.

Segundo ele, há uma concorrência predatória estabelecida no Mercosul, pois os uruguaios e argentinos têm um custo muito menor de insumos e máquinas e o reflexo de incentivos tributários oferecidos à indústria. “Nós temos uma carga tributária muito maior, compramos insumos e máquinas mais caras e precisamos, na hora de vender nossa produção, aceitar a concorrência desleal”, afirma.

A reação dos arrozeiros, segundo ele, deve chegar a todos os pontos de fronteira nos próximos dias. “Na verdade, queremos todas as regiões arrozeiras em movimento para protestar contra essa barbaridade que estão fazendo com a orizicultura brasileira”, frisou.

Segundo Zago, apesar de todas as vantagens que fazem o arroz do Mercosul entrar muito mais barato no Brasil, existem muitos casos de cargas ilegais. “Ñão há controle. Já foram flagradas cargas com peso extra que não constava da nota e até caminhões com toda a carga ilegal”, revela.

O protesto também tem por objetivo exigir o cumprimento da liminar concedida pela Justiça Federal de Bagé, que deu um prazo de 30 dias (vencido em 21 de novembro último) para que a Receita Federal consertasse a balança de pesagem estabelecida no posto de fronteira de Aceguá. “A balança continua quebrada, desativada, mas ainda não conseguimos entrar com a ação principal ou saber qual a posição da Receita Federal porque eles estão com o processo em carga, o que lhe dá um pouco mais de tempo”, frisou.

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