Gaúchos fizeram manifestação contra o ingresso do arroz uruguaio

Para o presidente da Federarroz, Valter Potter, o setor agropecuário do RS está pagando a conta do Mercosul, que hoje é ‘um negócio da China’ para os países vizinhos.

Avançar na política macroeconômica envolvendo os países do Mercosul. Essa foi a fórmula defendida ontem, em Porto Alegre, por embaixadores de Argentina, Brasil e Uruguai junto à Associação Latino-americana de Integração (Aladi) e ao Mercosul, a fim de contornar o problema das restrições de produtos envolvendo os três países. Eles participaram do 1º Fórum dos Embaixadores do Mercosul, promovido pela Câmara da Indústria, Comércio e Turismo Brasil-Uruguai.

Utilizando narizes-de-palhaço, um grupo de orizicultores gaúchos posicionou-se em frente à mesa dos painelistas estendendo uma faixa onde estava escrito ‘Arroz. Moeda podre de troca não! Mercosul agroexportador’. Eles protestavam contra o ingresso de arroz uruguaio no RS.

Para o presidente da Federarroz, Valter Potter, o setor agropecuário do RS está pagando a conta do Mercosul, que hoje é ‘um negócio da China’ para os países vizinhos. ‘Denunciei de público a falta de controle e de balanças na fronteira e desafiei os que faturam com o Mercosul para que contribuam com um fundo de compensação aos que pagam a conta’, ressaltou Potter.

Para o embaixador uruguaio Agustín Lloveras, não é a primeira vez que o arroz é motivo de divergência entre os países, mas a solução cabe às operadoras privadas, restando aos governos pouco a fazer.

O boicote do comércio argentino a produtos brasileiros e chineses é considerado normal pelo embaixador da Argentina Juan Olima. ‘É difícil harmonizar interesses de 200 milhões de pessoas.’ O embaixador do Brasil Bernardo Pericás Neto enfatizou que a União não pensa em retaliar os países do bloco que têm restringido produtos brasileiros. ‘Buscamos soluções positivas, em reuniões com diversos setores dos países para resolver o problema ou contorná-lo até que se avance na coordenação macroeconômica para evitar que esse tipo de situação volte a ocorrer.’

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