Rigotto vai a Brasília discutir Mercosul

Governador gaúcho manifesta-se favorável ao pleito dos arrozeiros e vai à audiência pública no Senado.

Os produtores gaúchos presentes ao ato público Arroz é Vida ganharam aliado de peso para enfrentar as distorções comerciais no Mercosul. Após receber uma comitiva de parlamentares, lideranças e empresários rurais, em audiência no Palácio Piratini, ontem, o governador do Estado Germano Rigotto deixou o gabinete para manifestar publicamente seu apoio às reivindicações dos segmentos produtivos.

Junto ao caminhão de som dos manifestantes, Rigotto defendeu o estabelecimento de cotas para a entrada de produtos agrícolas oriundos do bloco e garantiu que estará em Brasília na terça-feira, para participar da audiência pública na Comissão Parlamentar Mista do Mercosul. “Só a pressão política será capaz de reverter o quadro”.

Documento divulgado pela Federarroz relaciona uma série de medidas a serem adotadas, como a suspensão imediata da entrada de arroz do Mercosul, devido ao grande volume do grão estocado e à previsão de uma supersafra; permissão para a compra de insumos e máquinas agrícolas do exterior, sem burocracia; elevação da TEC de 12% para 35% como forma de se proteger contra o arroz subsidiado norte-americano; implementação de mecanismos oficiais de escoamento da produção, como contratos de opção públicos para um milhão de toneladas na próxima safra; maior controle fiscal; e revisão do preço mínimo.

O presidente da entidade, Valter Pötter, apresentou comparativo segundo o qual o preço do arroz para os produtores baixou 45%, enquanto que no varejo, no mesmo período, houve uma redução de apenas 17%. “Isto eu vi pessoalmente lá em São Paulo nas cadeias de supermercado”.Os problemas de competitividade, custos de produção, preços baixos e descontrole no ingresso do arroz também se estendem ao trigo, vinho, carne e alho, explica o presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Assembléia Legislativa, deputado Jerônimo Goergen (PP).

Na avaliação do parlamentar, as posições defendidas por Rigotto e a disposição de estar presente em Brasília respaldam as ações políticas coordenadas pela Comissão de Agricultura. Em conversa reservada com o governador, Goergen encaminhou o pedido de prorrogação das parcelas dos contratos de custeio e financiamento que vencem na segunda-feira. “A situação atinge principalmente os triticultores, que não dispõem de preço nem mercado para honrar os compromissos”, esclarece. Segundo o deputado, Rigotto determinará ao presidente do Banrisul, Fernando Lemos, a elaboração de estudo técnico para viabilizar a medida.

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