Lula estuda ações compensatórias

Presidente reconhece pleitos do setor e busca soluções; porém, Rodrigues descarta salvaguardas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu, pela primeira vez, a possibilidade de o País adotar ‘medidas compensatórias’ para os produtores agrícolas da região Sul, prejudicados pela concorrência de países do Mercosul, em especial a Argentina e o Uruguai. O governo federal centra suas preocupações com o arroz, o trigo, o alho, a carne, a farinha de trigo e o vinho.

Ontem em Brasília, Lula avisou que as medidas serão tomadas de forma cautelosa, para evitar novo embate com a Argentina. Os argentinos buscam a todo custo impor medidas protecionistas para produtos brasileiros, principalmente eletrodomésticos, atitude que deixa conturbada a relação dos dois maiores países do bloco econômico.

As medidas compensatórias, conforme o presidente Lula ressaltou em entrevista, vão ser estudadas para impedir retaliação por parte da Argentina. ‘O governo tem de tomar medidas compensatórias internas para não criar adversidade com a Argentina, que é um grande parceiro comercial.’ O presidente ainda não mencionou qual tipo de medida – ou em forma de crédito ou pela compra de estoques a preços mínimos pelo governo – vai tomar. Ele ainda destacou no discurso, preocupação com o setor orizícola do RS pela entrada do arroz argentino.

Já o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, descartou ontem a adoção imediata de medidas protecionistas para produtos agrícolas importados dos demais países do Mercosul. Rodrigues revelou que a adoção de tais medidas não se aplica a um bloco de união alfandegária. O ministro se reuniu com deputados gaúchos e representantes de agricultores do Estado sobre a entrada de produtos primários no RS e a concorrência com a produção local. Rodrigues considera as reclamações do setor gaúcho justas e disse estar empenhado em buscar soluções para evitar uma crise da agricultura no próximo ano agrícola.

Quanto à atitude da Argentina em adotar salvaguardas a produtos brasileiros, o ministro Rodrigues adotou uma postura conciliadora. ‘Se eles (argentinos) colocarem esse tema insistentemente, o Mercosul pode rever o assunto, mas por enquanto não há essa decisão’, comentou.

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