Arrozeiros querem sobretaxa de 50% para importação do Mercosul

Petição administrativa já foi encaminhada ao Decom em caráter de urgência.

Os produtores de arroz entraram, nesta semana, com uma petição administrativa, com caráter de urgência, no Departamento de Defesa Comercial (Decon) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O documento pede que o governo brasileiro aplique uma sobretaxa de 50% ao arroz importado do Mercosul. Segundo os arrozeiros, a salvaguarda poderia impedir que o grão dos países vizinhos, normalmente 40% mais barato que o arroz brasileiro, prejudique as vendas no mercado interno.

– O produtor precisa vender sem ter prejuízo. Mas da forma como está, muitos produtores correm o risco de quebrar – disse o presidente da Federação das Associações dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Valter José Pötter.
Para ele, o arroz importado tem vantagens tributárias e é altamente subsidiado, prejudicando os agricultores do Brasil.

A medida já começou a ser analisada pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), mas precisa ainda ser encaminhada à Câmara de Comércio Exterior (Camex) para uma avaliação final. A expectativa do setor é que o governo tome uma atitude sobre o assunto antes final de fevereiro, quando começa a colheita do arroz nas principais regiões produtoras.

Mas segundo a assessoria de imprensa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, a Camex só deverá apresentar um parecer sobre a questão em março, quando os cinco ministros que compõem a câmara (Fazenda, Planejamento, Relações Exteriores, Agricultura e Casa Civil) se reúnem para discutir o assunto.

O setor defende ainda que o governo federal garanta nesta safra um preço mínimo de R$ 32,00 para a saca do produto.

– Com a queda dos preços no mercado interno o cenário do setor neste ano não é animador, disse o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul, Francisco Lineu Schardong, após participar de reunião na Câmara Setorial de Arroz.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter