Arroz e feijão perdem espaço no consumo das metrópoles

Brasileiro come menos arroz e feijão e mais carnes e alimentos prontos.

A tradicional combinação de arroz e feijão ainda persiste nas mesas das famílias brasileiras das regiões metropolitanas, Distrito Federal e Goiânia, mas vem perdendo espaço para as carnes e alimentos prontos. A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2002-2003 revela que houve uma redução de 23% na aquisição de arroz em relação à pesquisa realizada entre 1974 e 1975.

Os feijões e demais leguminosas também estão menos presentes nas casas das famílias dos grandes centros urbanos. Do total de calorias consumidas por cada família, este grupo de alimentos passou a ter uma participação 30% menor. Por outro lado, cresceu em 50% a aquisição das carnes, principalmente a de frango, cuja alta chegou a 100%. O consumo de refrigerantes também explodiu no período, com um aumento de 400%.

As famílias também passaram a comprar mais alimentos industrializados, como os embutidos (300%), biscoitos (400%) e refeições prontas (80%). Já a participação de frutas, verduras e legumes continuou baixa no período, em torno de 3,5%, bem abaixo da recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), de 6% a 7%.

Para Edílson Nascimento Silva, gerente da POF 2002-2003, a substituição do arroz e feijão por produtos processados tem relação com o aumento do hábito de comer fora de casa. – Nos grandes centros, essa tendência da falta de tempo das pessoas e da necessidade de ter praticidade. A oferta desses produtos industrializados tem aumentado em função disso – disse o gerente da pesquisa. Do total dos gastos de uma família com comida, 24%, em média, é destinado à alimentação fora de casa.

Segundo o levantamento, cada brasileiro consumia ao ano 24,5 quilos de arroz e 12,9 quilos de feijão e leguminosas em casa. Com relação à carne, a compra média anual por pessoa equivale a 25,2 quilos. Destes, 9,5 quilos correspondem ao frango inteiro.

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