Arrozeiros esperam por ação do Governo brasileiro

Depois da reunião organizada pelo ministro Aldo Rebelo, na sede do Governo Federal, os arrozeiros acreditam que algumas medidas para regular o mercado interno devem ser adotadas em curto prazo.

Os arrozeiros que participaram da reunião na quarta-feira 6, em Brasília, chegaram ao Rio Grande do Sul com algumas esperanças e uma certeza: “Conquistamos alguns avanços, como o compromisso do Governo Federal em atender as demandas por fiscalização nos postos de fronteira, mas é certo que precisaremos aumentar a pressão por decisões imediatas para resolver questões de mercado, salvaguardas e outros temas importantes”, considerou o presidente da Federarroz, Valter José Pötter.

Segundo ele, o pedido de salvaguarda (sobretaxa de 50% sobre todo o arroz importado, inclusive do Mercosul), segue em análise no Ministério de Indústria e Comércio (Mdic) sem previsão de resposta. Do encontro, participaram representantes de cinco ministérios, da Receita Federal, três senadores do Rio Grande do Sul, 17 deputados federais e um deputado estadual, além da representação de arrozeiros.

A Receita Federal assumiu o compromisso de, em sete dias, dar uma solução para o fechamento de fronteira sem balanças, mesmo prazo que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento terá para tomar uma medida a respeito da falta de análise fitossanitária do produto que ingressa do Mercosul.

Para o presidente da Câmara Nacional Setorial do Arroz, Francisco Schardong, este é um avanço considerável. “Neste ponto pudemos perceber que o Governo se faz sensível aos nossos argumentos. Frear a entrada de arroz ilegal do Mercosul já é um começo, mas precisamos de posições mais fortes. Não podemos seguir sustentando a lavoura do Mercosul com o nosso mercado e às custas da inviabilização da lavoura brasileira”, afirmou.

Para buscar uma saída negociada para o impasse do arroz no Mercosul, o Governo brasileiro irá provocar e organizar reuniões entre os setores privados da cadeia produtiva do arroz dos três países (Brasil, Uruguai e Argentina) para buscar o entendimento para disciplinar a entrada de arroz no mercado nacional.

– Se eles chegarem impondo condições, a má-vontade que tem sido demonstrada até o momento nas diversas tentativas de negociação que a cadeia produtiva brasileira buscou, vai ficar clara e o Governo não vai ter outra saída senão reconhecer os nossos pleitos, explicou o deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS).

CONTRATOS DE OPÇÃO

Os produtores também aguardam para as próximas duas semanas um anúncio de liberação de R$ 60 a R$ 80 milhões do Governo Federal para colocar em prática os contratos privados de opção para pelo menos 750 mil toneladas de arroz no Rio Grande do Sul. O Ministério da Coordenação Política também irá trabalhar na busca destes recursos dentro do Governo Federal.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter