Mais de 100 mil toneladas do Mercosul já entraram no Brasil

Arrozeiros gaúchos deverão fechar as fronteiras em novas mobilizações. A proposta das entidades ligadas aos arrozeiros é radicalizar as mobilizações. .

Mal o Rio Grande do Sul está chegando a 60% de sua área colhida, o Brasil já importou mais de 100 mil toneladas de arroz do Uruguai e da Argentina em 2005. A denúncia é da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul, que cansou de esperar por medidas governamentais que imponham mecanismos de defesa comercial sobre o arroz do Mercosul para evitar os prejuízos ao setor.

Um saco de arroz gaúcho, padrão, com 50 quilos, tem um custo médio de produção de R$ 30,68 e está sendo comercializado no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina entre R$ 23,00 e R$ 26,00. O arroz uruguaio tem sido ofertado na fronteira gaúcha por R$ 21,00. Com o frete, o produto chega a Porto Alegre custando R$ 23,50.

A viabilidade de praticar estes preços para uruguaios e argentinos está calcada no baixo custo de produção, segundo dados levantados pelas entidades arrozeiras gaúchas. O Mercosul tem uma incidência direta e indireta de impostos muito menor do que o Brasil (25%) no custo final do arroz. Sem contar que equipamentos, insumos e máquinas são até 40% mais baratos no Uruguai e na Argentina.

Afora isso, as indústrias de arroz do Mercosul recebem o “reintegro”, um subsídio para a exportação composto por créditos tributários. Os gaúchos também afirmam que pela omissão do Governo Federal, que não assegura os meios necessários para fiscalizar as cargas na fronteira, também ocorre muito contrabando. Alguns arrozeiros afirmam que metade das cargas que ingressam no Brasil são frias, mas o setor trabalha com um índice menor: de 20% a 30%.

Dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento na última semana informam que o arroz uruguaio beneficiado (30 Kg) chega a São Paulo na faixa de R$ 35,50. O arroz argentino chegava a R$ 34,60. Estes, praticamente, são os mesmos patamares das melhores marcas gaúchas e catarinenses.

Esta semana já foi verificada uma baixa nos preços do produto do Mercosul acirrando ainda mais a concorrência. Este é o cenário que está deflagrando a mobilização dos produtores gaúchos.

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