Arrozeiros pedem fiscalização mais apurada do produto uruguaio

De acordo com os agricultores, existem diferenças no uso de agroquímicos entre as lavouras uruguaias e brasileiras.

Os produtores gaúchos que bloqueiam a entrada de arroz dos países do Mercosul, em Aceguá, na fronteira com o Uruguai, decidiram pedir uma fiscalização mais rígida ao produto daquele país. De acordo com os agricultores, existem diferenças no uso de agroquímicos entre as lavouras uruguaias e brasileiras.

Do outro lado da fronteira seria permitida a utilização de produtos proibidos por aqui. “Constatada a diferença, entraremos com as medidas cabíveis para impedir a importação do produto”, disse o produtor Gedeão Silveira.

O diretor técnico da Superintendência do Ministério da Agricultura e Pecuária e Abastecimento(Mapa) no Rio Grande do Sul, José Severo, disse ter recebido a solicitação da Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) para a realização de exames mais detalhados no arroz beneficiado. A inspeção do produto beneficiado nos postos de fronteira se destina apenas à classificação do produto quanto ao tipo. Já o arroz em casca passa por exames fitossanitários.

Severo disse que coletará amostras para proteger o consumidor de possíveis riscos à saúde. As amostras serão encaminhadas ao Instituto Técnico do Paraná. Os exames para detecção de vários princípios ativos devem demorar entre 20 e 30 dias. “Se forem detectados princípios ativos não permitidos aqui, Brasil e Uruguai terão de rever as regras e os exames terão de começar a ser feitos na origem e não mais na fronteira”, declarou.

Os produtores pretendem manter o protesto por tempo indeterminado, e estudam montar uma barreira em Itaqui, na fronteira com a Argentina. No pátio da Aduana em Aceguá continuam parados 11 carretas carregadas com arroz e duas com trigo. A Polícia Rodoviária Federal acompanha o acampamento dos produtores, que se preparam para mais uma noite fria no pampa.

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