Greve dos fiscais faz bem ao mercado do arroz

Preços internos já alcançam a paridade com o Uruguai: R$ 20,31. O que segura as importações é a greve na fronteira.

A greve dos fiscais agropecuários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) está causando inúmeros prejuízos às exportações do agronegócio brasileiro. No caso do mercado do arroz, porém, nem tudo são prejuízos. A paralização dos fiscais de fronteira está segurando um expressivo volume de arroz que deveria estar entrando no país a partir do Mercosul. No Rio Grande do Sul o maior volume concentra-se em Jaguarão. Segundo fontes extra-oficiais, apenas para uma empresa estariam bloqueados no Uruguai 350 mil sacos de arroz. O mesmo vale para as importações por navio para outros estados, como São Paulo e Pernambuco, por exemplo. O arroz fica retido no desembarque, quando precisa ser fiscalizado.

– Este é um efeito de pressão para o mercado interno. Os preços estão reagindo, mas a paridade com o arroz em casca uruguaio é de R$ 20,31 (equivalência/50kg) – informa o diretor de Mercados da Federarroz, Marco Aurélio Marques Tavares.

Ou seja, no momento em que os valores internos baterem neste patamar e a fronteira estiver aberta, a indústria brasileira passará a comprar no Uruguai. Os preços do arroz estarão balizados num teto máximo de R$ 20,31 e num piso de R$ 20,00, que é o preço mínimo estabelecido pelo governo federal. Neste momento, a greve dos fiscais represa o ingresso de arroz do Mercosul e inibe a compra de mais volumes pela indústria brasileira por não haver expectativa de data para terminar.

A reabertura da fronteira para importações do Mercosul poderá afetar a expectativa oficial para o ingresso de 700 mil toneladas do cereal, desta procedência, no mercado interno. Isso, aliado à redução nas projeções de exportação de arroz pelo país, pode interferir nos números finais do estoque de passagem. Já existem consultores temendo uma enxurrada de arroz uruguaio na próxima semana, se terminar a greve dos fiscais, o que poderá arrefecer a escalada de recuperação de preços no mercado interno.

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