Irã supera o Brasil em importações de arroz uruguaio

Levantamento do Irga demonstra que de março a outubro de 2005, o Irã foi o principal importador de arroz do Uruguai, desbancando o Brasil do posto de principal comprador neste mercado. O estudo foi divulgado nesta quarta-feira.

No ano agrícola de 2005, no período de março a outubro, o Brasil reduziu a sua participação nas exportações uruguaias, passando a representar apenas 33%, ou 205.369 toneladas, base casca, dos volumes exportados. Surpreendentemente, o Irã tornou-se o maior importador do Uruguai no primeiro semestre. O mercado interno brasileiro em baixa e a competitividade do Mercosul fizeram com que a exportação para terceiros mercados fosse mais atraente e uma importante solução para amenizar a crise regional.

– É incontestável que o Mercosul conseguiu ampliar significativamente a sua participação no mercado mundial este ano. Ao ponto do Brasil, com menor competitividade no bloco, conseguir exportar quase 300 mil toneladas – frisa o diretor de Mercados da Federarroz, Marco Aurélio Marques Tavares.

O levantamento do Irga demonstra que em 1997 a participação brasileira representava 72% das exportações totais e em 2004, este número caiu para 56%. As exportações totais do Uruguai alcançaram 634.772 toneladas distribuídas por país e por participação.

As ações sobre o Mercosul, através de procedimentos administrativos (salvaguardas), mobilizações na fronteira, preços internos deprimidos e a auto-suficiência na produção brasileira obrigaram o Uruguai a buscar novos mercados e, principalmente, evitar a dependência, quase que exclusiva, do mercado brasileiro. Ainda assim, apesar do estoque uruguaio estar abaixo de 400 mil toneladas para internação no Brasil e envio para terceiros mercados, há expectativa de que em novembro o movimento na fronteira gaúcha aumente muito. A recuperação dos preços internos favorece a competitividade do produto do Mercosul.

O consultor e diretor da Federarroz, Marco Tavares, lembra porém que o Uruguai aprendeu a entrar no Mercado brasileiro com mais cautela, pois não é um bom negócio para o Mercosul deprimir ainda mais os preços do arroz no Brasil.

– Não é um bom negócio para eles que os preços por aqui fiquem deprimidos. Eles perdem também – lembrou

Veja o quadro:

País Volume em t. Participação %
(Base Casca)

Iran 238.045 37,50
Brasil 205.902 32,43
Peru 78.988 12,44
Senegal 41.836 6,59
Argentina 24.897 3,92
Chile 15.674 2,47
Gana 7.726 1,22
Outros 21.704 3,42

Total 634.772 100,0

Fonte: ACA/IRGA

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