Projeto 10 do Irga atinge 60 mil hectares no Estado
Presente na região há três anos, atinge área de mil hectares e a produtividade média chegou a seis mil quilos nesta safra.
Produtividade. Esta é a palavra-chave do projeto 10 promovido pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) junto às lavouras de arroz do estado. Lançado na safra 2001/2002, em área-piloto na região da Campanha, hoje o projeto atinge mais de 600 produtores e área próxima dos 60 mil hectares.
– Pela primeira vez no estado, na safra 2005/2006, conseguimos obter a produtividade média de 6,5 mil quilos por hectare – comemora o pesquisador do Irga em Cachoeirinha, Valmir Menezes.
Coordenador do projeto, ele atua na área de manejo de arroz e plantas daninhas e esteve em Pelotas, na última semana, para avaliar os resultados do programa.
Menezes ressalta que entre os objetivos do programa está a diminuição de custos, que só pode ocorrer com o aumento de produtividade.
– Setenta por cento dos custos de produção não variam se produzirmos cinco ou dez toneladas de arroz por hectare.
Entre os itens em que há a redução de custos está a utilização de sementes, que pelo projeto a recomendação é de 100 quilos por hectare.
A utilização das novas tecnologias cresce a cada ano, segundo Menezes, e prova disso é o resultado da última safra, cuja produtividade média do estado superou as expectativas, e justamente num ano de crise.
– A expectativa era de atingir esta meta somente no ano que vem.
Nas áreas mais antigas, o projeto possui em torno de seis anos, mas a maioria possui em média quatro anos de implantação. Segundo o pesquisador, em uma área de 29,6 hectares se conseguiu atingir 14 toneladas de produtividade.
Presente na região há três anos, atinge área de mil hectares e a produtividade média chegou a seis mil quilos nesta safra. No entanto, há produtores com quase três toneladas acima da média.
– Numa lavoura em Pedras Altas se chegou a 10,5 mil quilos por hectare.
PONTOS CHAVES
Segundo Menezes, o grande segredo é o manejo, em que precisam ser observados cinco pontos chave. Em primeiro lugar, a época de semeadura, até 5 de novembro, que é o momento mais favorável para as melhores colheitas, diz. O controle precoce das plantas daninhas, colocar água cedo, quando a planta estiver com duas ou três folhas, adubação mais adequada, com uréia no seco e a adequação do solo para o plantio na época certa completam as regras de manejo.
“Quando não consigo mexer no clima, preciso mexer na minha organização, fazer a lavoura com antecipação, com paciência e bem feita”. Entre os fundamentos científicos do projeto está o de que a produção vegetal demanda energia e preciso planejar minha lavoura para que a planta aproveite este momento, ou seja, fazer com que coincida a fase reprodutiva com os dias de maior radiação solar.
ORIGEM
O projeto 10 se originou de trabalho conjunto da extensão, pesquisa do Irga e produtores, com o apoio da diretoria, a partir de área-piloto na região da Campanha, na safra 2001/2002. Como decorrência do sucesso dessa experiência, uma equipe de técnicos do Irga definiu estratégia de trabalho para a expansão às seis regiões arrozeiras do estado na safra 2002/2003.
As ações foram expandidas na safra 2003/2004, com o envolvimento de 282 produtores em 37 grupos e uma área de 9.250 hectares em 42 municípios. As áreas em que foram adotadas as tecnologias recomendadas registraram rendimentos elevados de sete a nove toneladas por hectare, o que superou as expectativas iniciais do projeto. Alguns produtores produziram mais de dez toneladas por hectare e com o uso das mesmas cultivares tradicionalmente utilizadas.