Brasil diz que suspensão da Rodada de Doha ameaça agricultura

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento lamentou em comunicado a suspensão anunciada na segunda em Genebra das negociações.

O Brasil classificou como uma “grave ameaça” para a agricultura a recente suspensão das conversas da Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento lamentou em comunicado a suspensão anunciada na segunda em Genebra das negociações, e insistiu em afirmar que a OMC é o fórum apropriado para abordar os problemas que dificultam o andamento do comércio internacional.

O setor agropecuário representa cerca de um terço do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, grande exportador mundial de produtos como café, açúcar, cereais, suco de laranja e carnes diversas. O Ministério lamentou que não tenha sido possível a obtenção de um acordo sobre os parâmetros de negociações agrícolas na OMC.

“A postergação das negociações por um prazo ainda indefinido poderá dificultar que se atinja a meta de desenvolvimento, mote da Rodada de Doha”, acrescenta o comunicado do Ministério.
Entre as “graves distorções” dos mercados, o governo defendeu “a melhoria e ampliação das condições de acesso aos mercados, cortes efetivos e disciplinas mais rígidas em relação aos subsídios à produção e fim dos subsídios à exportação, conforme acordado na Reunião Ministerial de Hong Kong”.

Segundo associações privadas, o Brasil perderá a oportunidade de exportar anualmente US$ 10 bilhões adicionais em produtos agropecuários. O número equivale à quarta parte do comercializado pelo setor em 2005.

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, expressou decepção pelo fracasso das negociações. Acusou às grandes potências comerciais de falta de “vontade política” para chegar a um acordo sobre os subsídios internos e as tarifas agrícolas e industriais, principais impedimentos da Rodada de Doha.

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