Granja Pirai abre a colheita brasileira do arroz

Propriedade de São Gabriel (RS) é o palco do ato simbólico de abertura da safra brasileira. O ato é o ponto alto da 17ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz.

A Granja Piraí, localizada no quilômetro 424 da BR 290, em São Gabriel (RS), é o palco do ato simbólico de abertura da colheita de arroz no Brasil. O proprietário Adriano Rossato Silveira, tem tradição familiar na produção de arroz, que vem desde seus avós, na Campanha gaúcha. Seu pai começou como arrendatário e construiu a granja, que atualmente tem Silveira no comando das lavouras. “Naquela época era possível investir com o que se tirava da lavoura, hoje mal conseguimos nos manter na atividade”, revela o produtor, queixando-se do difícil momento de comercialização vivido pelos arrozeiros nos últimos dois anos e meio.

No ato simbólico, o ministro da Agricultura, Luis Carlos Guedes Pinto, e a governadora gaúcha, Yeda Crusius, tripularam a colheitadeira John Deere que colheu pequena parcela de arroz na lavoura da Pirai. Estiveram acompanhados do presidente da Federarroz, Valter José Pötter.

Adriano Rossato Silveira destaca-se como um produtor que busca a melhor tecnologia para alta produtividade e qualidade do arroz que produz. Esta foi a razão pela qual as entidades do município indicaram a Granja Pirai para abrir a colheita. Além disso, a localização privilegiada e o fácil acesso também contaram.

A produtividade média das suas lavouras girava em torno de 5,5 mil quilos por hectare, até que há quatro safras ele adotou as tecnologias dos projetos 10 e CFC, desenvolvidos pelo Instituto Rio Grandense do Arroz.

– Hoje temos um ótimo resultado, com um salto de produtividade superior a 20% nos 170 hectares – revela. As lavouras utilizam as variedades IRGA 417 e IRGA 422CL. Para Silveira, a variedade que usa o sistema Clearfield é muito importante para a qualidade e produtividade das lavouras, a medida que reduz quase na totalidade a infestação por arroz daninho.

Com a adoção das novas tecnologias, município de São Gabriel pulou de uma produtividade média de 5,3 mil quilos por hectare para 6,8 mil quilos. O município planta 29 mil hectares de arroz, mas já plantou até 35 mil.

– Em resumo, o que mudou foi o novo “manejo da lavoura” que estava ultrapassado e as novas variedades de arroz que surgiram – explica.

ORGULHO – O produtor Adriano Rossato Silveira, sente-se orgulhoso de representar a lavoura de arroz, São Gabriel e o homem do campo.

– O homem que tem sua história na lavoura, de geração a geração,para contar, que tem superado os efeitos de diversos planos econômicos e mudanças de governo, que enfrenta dificuldades climáticas, sofre para vender seus produtos pelos preços baixos, mas que ainda consegue sobreviver . Tenho orgulho de representar minha lavoura para o País, e mostrar que o homem do campo está fazendo a sua parte, que é produzir.

O produtor afirma que está preocupado com a política agrícola deficiente.

– Produzir nós sabemos, só não temos para quem vender um produto que faz parte da cesta básica, é muito barato, tem muitos nutrientes, mas ainda existem pessoas no mundo passando fome. Se os governantes não tomarem uma atitude em mudar esta política no setor agrícola, estaremos todos “falidos” em pouco tempo, principalmente o orizicultor do Rio Grande do Sul que representa mais de 50% da produção de arroz do País.

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