EUA aprovam cultivo de arroz com gene humano
Sementes poderiam cair na cadeia alimentar, dizem alguns .
As autoridades nos Estados Unidos aprovaram provisoriamente o pedido de uma empresa que quer cultivar arroz modificado geneticamente para produzir proteínas humanas.
De acordo com o plano, o arroz contendo genes humanos envolvidos na produção do leite materno seria produzido no Estado do Kansas.
A companhia por trás da proposta, Ventria Bioscience, diz que as plantas poderiam ser usadas na criação de remédios para diarréia e desidratação em crianças.
Mas grupos opostos à idéia dizem que partes da planta poderiam cair na cadeia alimentar.
De acordo com a proposta, que na semana passada recebeu o apoio inicial do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, a empresa plantaria o arroz em cerca de 1.200 hectares de terra no Kansas.
A Ventria Bioscience disse que tomaria precauções para assegurar que as sementes não se misturassem com outras plantações.
Alguns argumentam, no entanto, que o mau tempo, ventos fortes ou erro humano poderiam causar problemas.
Um representante do Center for Food Safety dos Estados Unidos, Bill Freese, disse: “Estou realmente preocupado com isso, primeiro porque existe o potencial para este arroz cair na cadeia alimentar, segundo porque ele (o arroz) não foi testado”.
“(O arroz transgênico) não passou por um processo de revisão. Então estamos lidando com o desconhecido – algo que poderia causar danos à saúde humana”, acrescentou.
Enquanto aumenta a polêmica em torno do assunto, os grupos envolvidos aguardam a aprovação final do Departamento de Agricultura americano – diz o correspondente da BBC em Washington, James Westhead.
E ainda que a permissão seja obtida, existem grandes obstáculos na forma de complicados regulamentos que terão de ser vencidos antes que a comida contendo DNA humano possa ser vendida a consumidores.
O público tem até o final de março para enviar suas objeções ao plano, informou a agência de notícias AP.
Se conseguir a aprovação, a Ventria Bioscience vai iniciar a plantação do arroz em maio, disse o presidente da companhia, Scott Deeter.