Oferta reduzida continua segurando o preço do arroz

Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Tiago Barata, o comportamento dos operadores, sejam produtores, indústrias, atacadistas ou varejistas, pode ser considerado verdadeira aposta diante da ausência de fatores técnicos que possam delinear tendências concretas para o decorrer deste ano comercial.

O mercado doméstico de arroz passa por um momento de muitas incertezas. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Tiago Barata, o comportamento dos operadores, sejam produtores, indústrias, atacadistas ou varejistas, pode ser considerado verdadeira aposta diante da ausência de fatores técnicos que possam delinear tendências concretas para o decorrer deste ano comercial.

– O que vemos hoje é um mercado caracterizado pela oferta retraída por parte do produtor, que acredita em uma recuperação dos preços nos próximos meses – explica.

E, na outra ponta, redes varejistas demonstram pouco interesse de compra, alegando estarem com as vendas também desaquecidas.

Já as indústrias de beneficiamento, com estoques completamente cheios, ainda com muito cereal da safra 2005/2006, estão precisando sacrificar suas margens para manter espaço nas gôndolas dos supermercados, impossibilitando a aquisição de matéria-prima por preços melhores.

Em Alegrete, na fronteira oeste do Rio Grande do Sul, a saca de 50 quilos de arroz em casca tipo 1 é negociada, em média, a R$ 20,00. Em Sinop, no Mato Grosso, a saca de 60 quilos do primavera vale R$ 24,00. No mercado beneficiado, a saca de 60 quilos vale R$ 54,50 para o agulhinha tipo 1.

É fato que resistência dos produtores na oferta da safra vem sustentando as cotações, impedindo que o comportamento sazonal dos preços se manifeste.

– No entanto, tal conduta deve estabelecer uma concentração da oferta no segundo semestre, minimizando a tão esperada recuperação do mercado doméstico – prevê Barata.

Os valores de exercício definidos nos leilões de contratos de opção de venda realizados neste ano podem ser considerados como referências para o mercado, sinalizando uma recuperação dos preços.

– Como consideramos difícil que o mercado físico acompanhe os preços de opção, a tendência é de que os produtores exerçam a opção de venda – acredita o analista.

Até o momento foram realizados nove leilões de contrato de opção, envolvendo mais de 800 mil toneladas.

– Ao contrário do que prevíamos, a taxa de antecipação do exercício dos contratos vem sendo bastante baixa – frisa Barata.

Segundo informações levantadas junto aos corretores e Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), apenas 10% (1001 contratos) dos 9.990 contratos negociados no Rio Grande do Sul, nos três primeiros leilões, teve o exercício antecipado.

– Isso pode ser visto como um indicativo de que os produtores estão acreditando em preços melhores entre setembro e novembro, estão tendo dificuldade com relação à armazenagem ou estão utilizando o contrato como garantia para pegar EGF – finaliza o analista.

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