Com alta do preço, feijão dá lugar no prato para lentilha e soja

O preço do feijão equivale ao do pacote com cinco quilos de seu companheiro inseparável, o arroz, em oferta na mesma gôndola.

Com alta do preço, feijão dá lugar no prato para lentilha e soja
Em menos de um ano, preço do feijão teve alta de cerca de 150%.
Nutricionistas indicam consumo de lentilhas e soja, que têm efeito equivalente para a saúde

Com um aumento de preço de cerca de 150% em menos de um ano, o feijão, prato tradicional na mesa do brasileiro, foi o produto que mais pressionou o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em dezembro. Com alta de 30,45% em uma semana, o popular feijão foi acusado de alimentar a inflação.

Nos supermercados da região de Sorocaba, atualmente o preço do feijão carioca oscila entre R$ 5,60 e R$ 6. No centro de Taquarituba, a 315 km de São Paulo, o feijão custa cerca de R$ 4,90. Na semana anterior estava mais caro ainda, custava R$ 6 – o preço equivale ao do pacote com cinco quilos de arroz em oferta na mesma gôndola.

Segundo o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento, Wagner Rossi, falta produto no campo para atender ao consumo crescente.

– Primeiro pela quebra da safra, que fez com que 500 mil toneladas deixassem de ser produzidas. E depois pela seca, que também atrasou o plantio.

Com o preço do feijão em alta, o brasileiro já começa a buscar alternativas para o produto. Segundo a nutricionista Flávia Renata Dotti, do Grupo Seiva de gerenciamento de serviços de alimentação, o feijão preto, a lentilha e a soja são opções mais acessíveis e nutricionalmente equivalentes.

– O quilo do feijão preto está custando em média R$ 1,75; da lentilha, R$ 2,50; e da soja, R$ 1,80. O feijão carioca, no entanto, que não passava de R$ 2 antes do reajuste, hoje é encontrado por cerca de R$ 5,00, diz Flávia.

Helena Maria Novaretti, nutricionista e professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), explica que o feijão possui fibras, ferro e carboidratos que são importantes porque, em combinação com o arroz, podem evitar inclusive a desnutrição de crianças.

– Para a população que não tem acesso à carne, por exemplo, nós recomendamos a associação do arroz com o feijão, em uma proporção de três porções de arroz para uma de feijão, que é muito benéfica à saúde.

Mas, com a alta dos preços do feijão, a especialista ressalta a recomendação da lentilha e da soja.

– A soja pode ser ainda melhor do que o feijão porque, também em combinação com o arroz, ela tem maior valor biológico, ou seja, suas proteínas são melhor absorvidas por nosso organismo – afirma Helena Maria.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter