Arroz representa 10% da safra cearense

Segundo o economista, entre 1970-2007, o VBP caiu 99% para o algodão, 81% para amendoim, 55% para arroz, 32% para feijão, 93% para mamona, 21% milho e 74% para total de grãos. .

A renda agrícola oriunda da produção das principais culturas no Ceará despencou 33,81%, em 2007, atingindo R$ 850,3 milhões. No ano anterior, a safra cearense gerou algo em torno de R$ 1,284 bilhão, conforme o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A quebra de safra — decorrente do inverno irregular — e a estabilidade nos preços de alguns produtos básicos ocasionaram reduções de mais da metade dos ganhos dos agricultores de sequeiro.

– A renda agrícola é o resultado monetário líquido do que foi colhido. Deriva do Valor Bruto da Produção (VBP) menos cerca de 10% a 12% dos gastos com insumos, na agricultura de sequeiro – explica Demartone Coelho Botelho, economista e representante da Universidade Federal do Ceará, no Grupo de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Perdas

Conforme os dados do Mapa, dos nove principais produtos agrícolas do Estado, pelo menos cinco apresentaram reduções significativas na renda, em 2007. A maior perda foi na lavoura de feijão — 57,86%, passando de R$ 356 milhões, em 2006, para R$ 150 milhões, no ano passado. O milho registrou queda de 55,18%, saindo de R$ 341,4 milhões para R$ 153,0 milhões no período.

O milho responde por mais de 60% da produção de grãos do Estado; o arroz, por mais de 10% e o feijão; por aproximadamente 20% da safra, segundo informações da Pesquisa Agrícola Municipal (PAM) 1990-2006 e do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA 2007), ambos do IBGE.

– Destas culturas, apenas o feijão teve uma disparada nos preços, o que não deu para compensar no valor final da renda agrícola, já que sua participação na safra é de 20% – explicou o economista.

Para Demartone Botelho, a diminuição da renda líquida no campo é preocupante, uma vez que a atividade agrícola de sequeiro envolve 339 mil produtores e cerca de 1,2 milhão de pessoas, contabilizando suas famílias. O Mapa contabiliza a renda, ainda, da banana (R$ 219,2 milhões), do arroz (R$ 39 milhões) , do café (R$ 5,1 milhões), da cana-de-açúcar (R$ 83,6 milhões), da laranja (R$ 6,6 milhões), da mandioca (R$ 97,9 milhões) e do tomate (R$ 95,6 milhões).

Histórico

No período 1970-2007, a safra de grãos do Estado registrou uma queda no VBP de 74%, apesar de terem ocorrido as maiores safras nos anos de 2006 (de 1,15 milhão de toneladas), em 2003 (de 1,084 milhão de toneladas) e em 2000 (1,029 milhão de toneladas). O VBP passou de R$ 1,7 bilhão, no intervalo 1970-1974, para R$ 448 milhões, no período de 2005 até o ano passado.

Segundo o economista, entre 1970-2007, o VBP caiu 99% para o algodão, 81% para amendoim, 55% para arroz, 32% para feijão, 93% para mamona, 21% milho e 74% para total de grãos.

– Este fato decorreu em função da redução na produção de algodão de 96% e na queda do preço de 57% no arroz, 43% no feijão e de 54% no milho – disse. O quadro não deve mudar este ano.

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