Tecnologia amplia eficiência e reduz custos na lavoura

Convidado para falar sobre Tecnologia e Mercado, Centeno trouxe para o evento a visão de quem acompanha de perto o mercado de arroz na América do Sul.

A mecanização é o principal item de diferenciação na eficiência da lavoura arrozeira e a gestão do maquinário agrícola contribui como ferramenta essencial para a redução de custos e aumento de produtividade. Este foi o tema central das duas palestras proferidas pelo engenheiro agrícola e gerente de Inteligência de Mercado da John Deere, Amílcar Centeno, durante a 18a Abertura Oficial da Colheita do Arroz.

Convidado para falar sobre Tecnologia e Mercado, Centeno trouxe para o evento a visão de quem acompanha de perto o mercado de arroz na América do Sul.

– Não é o ponto de vista de quem produz arroz, mas de quem atua no setor – esclareceu o palestrante.

– Vivemos em um momento fantástico da agricultura mundial, mas, infelizmente, o arroz não vive essa situação. De todas as culturas, a do arroz é a que vivencia uma gama maior de situações. Tem gente ganhando dinheiro e outros não – analisou o gerente da John Deere.

Como exemplo, citou que existe uma demanda mundial do grão e no Brasil ocorre essa situação de baixa rentabilidade para os produtores.

Centeno explicou que no Brasil, principalmente nos últimos três anos, a demanda tem sido muito maior que a oferta. Segundo ele, isso se deve a uma série de fatores, entre eles a desestruturação da cultura no Centro-Oeste.

– Lá, o arroz não é mais uma cultura pioneira e os produtores estão optando por outras mais lucrativas, como soja e milho. O número de indústria também foi reduzido, o que significa que a concorrência com a região deixou de ser um problema para se transformar em uma oportunidade – argumentou.

Na análise do palestrante, o mesmo vale para a entrada do grão oriundo de países do Mercosul, como Uruguai e Argentina, que vem preencher a demanda interna.

Segundo ele, uma das maiores oportunidades para o grão brasileiro é a exportação, mas este também é um grande desafio para a cadeia produtiva, pois cada país tem um perfil diferenciado de consumo. Isso faz com que no contexto das outras commodities, o arroz se diferencie totalmente das outras culturas. A grande oportunidade, de acordo com Centeno, está na queda da produção norte-americana pelo quarto ano consecutivo.

– Com isso, os EUA vão deixar de exportar cerca de 1 milhão de toneladas para o mercado externo, abrindo oportunidade para outros países produtores, como Brasil, Uruguai e Argentina- destacou.

Com base nesta lógica, Centeno faz uma projeção: se, por exemplo, o Uruguai destinar toda a sua produção para suprir a lacuna deixada pelo grão americano, isso também terá reflexos positivos para produção brasileira. Ao mesmo tempo, o gerente da John Deere reforçou a importância de o setor se organizar produtiva e politicamente, a exemplo de outras cadeias produtivas, sem a interferência do governo (que, na prática, não produz arroz).

No âmbito da tecnologia, o gerente da John Deere chamou a atenção para a importância da gestão do maquinário agrícola como forma de reduzir custos, ba manutenção preventiva dos equipamentos, na logística disponível e no treinamento de pessoal. Reforçou a importância de se investir na mecanização da lavoura devido ao fato de existir cada vez menos mão-de-obra qualificada no campo. Segundo ele, o Brasil, a exemplo dos EUA, é um país onde o êxodo rural é muito elevado, com apenas 3% da população vivendo no meio rural (nos EUA este índice é de 8%).

De olho no futuro, Centeno reforçou que a presença da John Deere no evento tem como objetivo apresentar algumas tecnologias que em breve farão parte da paisagem agrícola brasileira: o trator operado por controle remoto, as colheitadeiras monitoradas por GPS e a utilização de recursos como piloto automático na aplicação de defensivos. Tudo isso, está à disposição dos visitantes, até domingo (02/03), na Vitrine Tecnológica montada pelo Irga na Estação Experimental, em Cachoeirinha.

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