Comer arroz ajuda a viver mais
Mais do que destacar a importância dos grãos, sobretudo o arroz, na alimentação humana, o médico apresentou estudos que comprovam a relação direta entre dieta e longevidade.
Um dos painéis mais aguardados na 18a Abertura Oficial da Colheita do Arroz (29/02) foi a palestra do médico Fernando Lucchese, que abordou o tema Arroz é Saúde. Mais do que destacar a importância dos grãos, sobretudo o arroz, na alimentação humana, o médico apresentou estudos que comprovam a relação direta entre dieta e longevidade.
Com base em pesquisas realizadas pela Universidade de Stanford (EUA), Lucchese enumerou os fatores que prolongam a vida: assistência médica (10%), genética (17%), meio ambiente (20%) e estilo de vida (53%). Este último item, segundo ele, é o de maior peso por estar baseado, entre outros aspectos, a uma vida alimentar organizada.
Outro exemplo citado pelo médico para explicar a longevidade de muitos povos, foi a dieta mediterrânea (adotada por 14 países da Europa, entre eles Itália e Grécia), baseada em grãos (arroz), azeite de oliva, vinho, peixe e pouca gordura animal. Além de salientar as propriedades nutricionais do grão, comparando o óleo de arroz ao azeite de oliva devido às suas propriedades quase semelhantes, destacou alguns benefícios do cereal para a saúde humana, como prevenção da cárie, redução de úlcera gástrica, tratamento da diarréia (farinha de arroz). Lucchese ainda explicou que o grão (em variedades geneticamente modificadas) pode ajudar na prevenção da hepatite B.
Com base nesta gama de benefícios proporcionados pelo arroz, principalmente se consumido com o feijão, o painelista aproveitou para dar um puxão de orelhas nos produtores presentes.
– Vocês são extremamente competentes no que fazem e a qualidade do arroz produzido aqui é inegável. Mas o marketing de vocês é muito ruim. É preciso fazer como fizeram os produtores de uva e vinho, por exemplo, que aprovaram a bebida como alimento destacou.
Lucchese também lamentou que, mesmo com todas vantagens, a dieta com base no arroz vem sendo gradativamente abandonada pelas populações mais jovens, sobretudo nas regiões metropolitanas do país.
Sempre bem-humorado, citou a fórmula Estilo de Vida = Saúde = Felicidade = Longevidade, argumentando que o arrozeiro precisa ser feliz agora, mesmo com o preço a R$ 22,00, e não esperar até chegar aos R$ 35,00. A receita para viver 100 anos, conforme o palestrante, exige glicose normal, pressão arterial normal, ser magro e praticar exercícios físicos.
Ao final da palestra, alertou para um detalhe no mínimo curioso, mas que agradou o público feminino: é que apesar de todos esses cuidados com a dieta, dos cerca de 150 mil centenários do mundo, 80% são mulheres.
– E não adianta fazer cirurgia de mudança de sexo – brincou Lucchese.