Média do arroz em 2007/08 será superior à temporada anterior
Se o escoamento externo segue complicado, o ingresso de produto internacional também pode ser menor.
O mercado brasileiro de arroz segue com cotações reprimidas, sendo que a eficiência dos mecanismos do governo para enxugar a oferta será fundamental para garantir um maior dinamismo à cadeia. “De qualquer forma, a percepção dos agentes é de que os preços médios na temporada 2007/08 serão superiores aos da anterior”, avalia o analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento.
No varejo, depois da fraqueza nas vendas dos últimos meses, as compras seguem um ritmo lento, com os supermercadistas aguardando que o avanço da colheita possa achatar de forma mais intensa o valor do cereal. Já as indústrias declaram que as ofertas de grãos ainda não são volumosas.
– Na ponta de oferta, os orizicultores vendem apenas para atender a necessidade imediata – completa o analista.
Neste momento, a média da saca de arroz no Rio Grande do Sul está em R$ 22,75, oscilando de R$ 21,50 até R$ 24,50, dependendo da região.
– Apesar da retração, este patamar é o mais alto para o mês desde 2006 – lembra Bento.
O terceiro mês historicamente é onde se atinge o piso das cotações, pois concentra quase a metade da safra nacional.
Em relação ao comércio exterior, o dólar segue inviabilizando as exportações de cereal beneficiado em condições normais de mercado. A saída de arroz quebrado, no entanto, deve ganhar força.
Se o escoamento externo segue complicado, o ingresso de produto internacional também pode ser menor. Atualmente, para o abastecimento de São Paulo, o cereal originado na Argentina e no Uruguai chega mais caro na comparação ao gaúcho. Além disso, os patamares internacionais elevados tornam o produto de nossos parceiros do Mercosul muito disputado por países extra-bloco.
Este é o contexto em que está inserido o mercado doméstico e que deve garantir valores médios superiores ao ano comercial anterior.
– Numa safra de elevação do custo de produção, este é um alento para o setor produtivo – conclui o analista.