Casa cheia na despedida da feira
Cachoeirenses e visitantes tomaram o parque de exposições durante o sábado e o domingo.
Depois de sete dias dedicados aos negócios o povo pediu licença aos organizadores da 15ª Fenarroz e tomou conta do parque de exposições, aproveitando todas as ofertas que normalmente os estandes populares reservam para os dias de despedida. Se fosse possível um ranking das compras feitas pelos cidadãos comuns, aqueles que não compram tratores e maquinário industrial, com certeza lá estariam os famosos edredons com um lado peludo, as vassouras de multiuso e as botas de motoqueiro.
Colaborou para o sucesso das últimas horas o museu do automóvel ao ar livre, montado por colecionadores com carros antigos recuperados. Outros pontos de concentração espalhados pelo parque: os brinquedos do Stallone e a distribuição de sacolas, réguas e canetas em vários estandes. O frio com sol à tarde foi convidativo para a praça externa de alimentação. No mercado de pulgas, que é como carinhosamente se chama em exposições os espaços para venda de miudezas, ficou difícil até de caminhar.
NEGÓCIOS – No final da tarde de ontem, o presidente da Fenarroz, Érico Razzera, divulgou o valor aproximado das vendas realizadas pelos expositores, incluindo o setor de maquinário: R$ 200 milhões. Em nota oficial a comissão executiva da feira afirmou que este valor pode até ter sido superado. Para Érico, do que ele viu e ouviu, a Fenarroz 2008 foi a maior de todos os tempos.
PERGUNTAS PARA:
Érico Razzera, presidente da Fenarroz 2008
PA – Como o presidente avalia a feira deste ano?
Razzera – Os resultados foram extremamente positivos para aqueles que acreditaram no potencial da Fenarroz. Estou muito satisfeito com os efeitos desta edição, pois podemos dizer que a Fenarroz está consolidada verdadeiramente como o maior pólo de negócios voltados à cadeia orizícola das américas.
PA – Que fatores contribuíram para este sucesso?
Razzera – A Fenarroz foi favorecida pelo bom momento do preço do arroz, que rompeu a barreira dos R$ 36,00 a saca, o que manteve Cachoeira do Sul no calendário de lançamentos das indústrias e das pesquisas voltadas para a modernização e otimização da produção orizícola.
Percorreram os pavilhões e a área de estandes externos industriais de engenhos de todo o estado, assim como gestores e investidores nacionais e internacionais. De acordo com os próprios expositores, vieram executivos de Pernambuco, Roraima, São Paulo, Mato Grosso, além de outros países como Argentina, Bolívia, Uruguai, Estados Unidos, Itália, entre outros.
PA – O público final foi satisfatório?
Razzera – Com dois dias a mais do que as edições anteriores e com chuva em dois dias, a 15ª Fenarrroz mostrou que é o maior evento comunitário de Cachoeira do Sul e também uma das melhores opções de turismo e lazer para toda a região. O público deste ano deverá fechar em aproximadamente 120 mil visitantes, entre público pagante, pessoas que trabalham dentro do parque, expositores, imprensa e demais cortesias. A Fenarroz está no caminho certo.
FICHA TÉCNICA
15ª Fenarroz
Público – 120 mil (estimativa)
Negócios – R$ 200 milhões (estimativa)
O melhor da feira
Cachoeira Sul (RS) é, de dois em dois anos, a maior vitrina do continente para lançamentos em tecnologia e novas alternativas na cadeia produtiva do arroz. Impressiona a imponência da indústria e a capacidade de aperfeiçoamento dos setores técnicos.
A visita da governadora Yeda Crusius. Ela foi a grande estrela do evento, muito homenageada e extremamente presente através de organismos estaduais estrategicamente colocados no parque.
O estande da Assembléia Legislativa do Estado. Mais do que simplesmente apresentar deputados e projetos, o estande transformou-se em um centro de trabalho com técnicos das comissões permanentes e deputados visitando e palestrando para os visitantes. Uma excelente iniciativa do presidente Alceu Moreira.
O pior da feira
O programa cultural aproveitando pratas da casa esbarrou na dificuldade de conseguir público. Poucas pessoas se dispuseram a pagar R$ 4,00 para ver os artistas – ainda que muito bons – quando podem assisti-los de graça na praça. É muito triste ver o Arrozão quase vazio. A proposta é boa, mas precisaria criar um mecanismo de atração de público, talvez liberando a portaria após as 19h.
O fechamento do pavilhão de exposições às 20h. Muito cedo, mesmo em tempo frio. Para quem deixava para se dirigir à feira após o horário de trabalho, restava pouquíssimo tempo para ver tudo.