Alta de 22,16% do arroz em maio é a maior do plano real
Antes, o aumento mais expressivo ocorreu em junho de 1994, quando o preço subiu 71,35% e o Brasil vivia mergulhado na inflação.
O preço do arroz registrou alta de 22,16% em maio na cidade de São Paulo, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). A elevação foi a mais expressiva desde a criação do Plano Real, em 1994. Antes, o aumento mais expressivo ocorreu em junho de 1994, quando o preço subiu 71,35% e o Brasil vivia mergulhado na inflação.
No final de maio, o arroz foi o maior vilão do custo de vida do paulistano. A variação do item representou sozinha 0,18 ponto porcentual de todo o IPC do mês, que avançou 1,23% ante a alta de 0,54% de abril. A alta do arroz foi também determinante para que o grupo Alimentação apresentasse alta de 3,17% em maio, a mais expressiva desde dezembro de 2002 (3,36%).
Para o coordenador do IPC, Márcio Nakane, o preço do arroz apenas manteve o comportamento que vinha sendo observado durante todo o mês de maio. Para junho, a expectativa de Nakane é de continuidade de alta, mas há uma sinalização de que ele poderá parar de acelerar.
– Na ponta (levantamento no qual a Fipe compara os preços da semana de referência com o mesmo período do mês anterior), o arroz subiu 23,04% na última semana de maio, variação menor que a de 24,48% da semana anterior. Mas a alta permanece ainda forte – disse.
Quanto aos outros itens que pressionaram o grupo Alimentação em maio, como a carne bovina (alta de 4,61%), o leite Longa Vida (5,08%) e o pão francês (4,15%), Nakane avaliou que a carne é a principal preocupação para junho. Em maio, a alta do alimento representou 0,11 ponto porcentual do IPC.
– A situação da carne é um pouco mais grave que em outros anos porque ela já apresentou uma elevação importante antes do período normal de altas, que é justamente a partir de junho.
Em relação ao preço do feijão, que caiu 9,00% em maio e vinha sendo um fator de alívio para o IPC da Fipe, Nakane afirmou que a expectativa da instituição é de o item deixar de cair e passar a freqüentar o terreno de estabilidade.
– Nosso levantamento da ponta mostra que a queda do feijão está diminuindo e que ele continuará neste ritmo até o preço ficar estável – informou.