Produção de alimento cresce no país,mas preços também

Melhora da renda do brasileiro, alta no emprego e programas sociais fizeram consumo das famílias crescer 6,5% em 2007, segundo o IBGE.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fez ontem previsão de uma safra recorde para este ano. Em análise referente ao mês de maio, a entidade estima que a safra de 2008 poderá atingir 144,3 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas, resultado 8,4% superior ao de 2007. As previsões nos últimos meses apontaram aumento da produção de alimentos no país, sempre acima de 6%.

No entanto, o crescimento dessa oferta não está estancando a alta de preços para o consumidor, que está ancorada no preço internacional dos grãos, que vem subindo com o aumento da demanda mundial por alimentos. Também no Brasil essa demanda cresce, como aponta a alta de vendas dos supermercados brasileiros, que disparou 5,16% em um ano, segundo levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

Em maio, os alimentos foram mais uma vez os vilões da inflação. O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), apurado pela Fundação Getúlio Vargas, apontou alta de 1,88%. Segundo apurou a Fundação Getúlio Vargas (FGV), foi a taxa mais elevada para um mês de maio desde o Plano Real, de 1994, e o maior em um mês desde 2003.

O varejo pressionou a taxa e aumentou 0,87% devido à forte elevação de preços no setor de alimentação, que foi de 2,33%. No atacado, que também compõe o índice da FGV, mais uma vez o vilão é o arroz em casca, que subiu 15,98%. Essa elevação no atacado em maio já reflete em junho. O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) fechou a semana terminada no último dia 7emalta de 1,12%, enquanto que na semana anterior o índice havia subido 0,87%.

– O IPC-S continua em um nível bastante elevado – disse o coordenador nacional do índice da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Paulo Picchetti.

– Os motivos são os mesmos, com os alimentos puxando a inflação. Essa alta também vem da especulação do mercado internacional, disse.

Segundo a FGV, esse setor foi pressionado por elevações de preços mais intensas de produtos como arroz branco (16,95% para 18,44%), feijão preto (1,90% para 4,45%), açúcar refinado (1,10% para 4,82%), aves e ovos (1,68% para 2,61%), carnes bovinas (3,97% para 4,97%), batata- inglesa (20,20%) e pão francês (6,20%).

Segundo ele, só a alta dos preços de hortaliças e legumes (12,49%), carne bovina, arroz e feijão, além dos segmentos de panificados e biscoitos (4,77%) e massas e farinhas (4,02%) respondeu por 0,79 ponto porcentual de toda a inflação de 1,12%.

NA GÔNDOLA

Já o site Mercado Mineiro (www.mercadomineiro. com.br) apurou aumento generalizado de alimentos nas gôndolas dos supermercados. De acordo com o resultado da pesquisa, no período entre a primeira semana de maio e a primeira semana de junho foram encontrados aumentos de até 17,78% para o arroz AG Camil 5 quilos, que passou de R$ 9,73 para R$ 11,46. O Prato Fino subiu 17,63%, o preço médio pulou de R$ 11,91 para R$ 14,01. O feijão Carioca Pink, 1 quilo, que custava em média R$5,15 na primeira semana de maio, teve um aumento de 13,98%, passando para R$ 5,87.

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