Conab terá dificuldade em recompor estoques de arroz

Nesse cenário, o maior desafio da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) será aplicar o dinheiro público na hora certa, segundo o consultor Carlos Cogo.

A decisão do governo de elevar os estoques de alimentos esbarra num obstáculo delicado: a volatilidade do mercado agrícola. Nesse cenário, o maior desafio da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) será aplicar o dinheiro público na hora certa.

Um erro de cálculo provocaria ainda mais aumento de preços. Esse resultado ruim já ocorreu em junho, quando a Conab tentou elevar os estoques de milho para 80 mil toneladas.

Quando as compras atingiram 15 mil toneladas, o preço subiu e o governo teve que suspender as aquisições. O plano agora é recompor os estoques Isso significa elevar os estoques de arroz do atual 1,37 milhão de toneladas, para 1,6 milhão de toneladas em 2008/2009. A estratégia do governo de reforçar os estoques de arroz é vista com ressalvas pela cadeia produtiva.

A balança pende atualmente para o mercado que paga a preços bem acima do Preço Mínimo, usado nas operações oficiais. Acostumados à intervenção do governo nos últimos anos com a compra de arroz na entrada da safra, para evitar queda excessiva do preço, os arrozeiros acompanham em 2008 a situação inversa.

Em plena safra no Rio Grande do Sul, principal produtor nacional, o governo ofertou produto de seus estoques para amenizar a alta da cotação. As compras da Conab, por meio de leilões e aquisições diretas de arroz (AGF), ganharam força em 2005, segundo a Conab. O comportamento do mercado demonstrou, neste ano, a importância de manter estoques, pois eles foram necessários para frear a elevação de preços, segundo o governo.

O produtor precisará de preço em igual condição ao que tem no mercado, para negociar com o governo. Uma possível dificuldade na execução do plano é a capacidade de armazenagem. No Rio Grande do Sul, a capacidade é para safras dinâmicas, pois o destino do produto é imediato e não de longa duração.

A Conab não dispõe de armazéns próprios no Estado, mas conta com espaço para quase 5 milhões de toneladas em estabelecimentos credenciados.

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