Começa o plantio de arroz no Sul
Para essa safra, a maioria dos municípios não terá alterações na área plantada, mas as expectativas de produtividade são diferentes em Santa Catarina.
Foi dada a largada para o plantio da próxima safra de arroz na região. Em alguns municípios, como Turvo, alguns rizicultores começaram a plantar as sementes há alguns dias, mas intensificarão o trabalho a partir desse mês. Para essa safra, a maioria dos municípios não terá alterações na área plantada, mas as expectativas de produtividade são diferentes. Se por um lado o emprego de tecnologia e do bom manejo da lavoura tem garantido uma produção maior, o preço dos insumos, considerado muito alto pelos rizicultores, pode contribuir para uma redução na colheita.
Segundo Marcos José Rosso, engenheiro agrônomo da Epagri de Turvo, apesar do município não comportar novos aumentos de área plantada, a produtividade da próxima safra deve ter um sensível aumento: de 7,5 mil quilos por hectare, para 7,6 mil quilos por hectare. A previsão se baseia na maior utilização da tecnologia disponível, e do correto emprego da adubação. “Os agricultores apostam em uma adubação de acordo com a análise feita do solo. Isso gera uma homogeneidade e melhoria do solo”, diz. Outro ponto levantado por Rosso é o controle de pragas, que vem sendo feito corretamente, reduzindo assim as chances de perdas por esse motivo.
Sobre os preços, apesar de algumas especulações, ainda não há muito que ser dito. No entanto, se os valores continuarem semelhantes aos obtidos durante a safra passada, devem continuar interessantes aos produtores. “Nessa safra os preços foram razoáveis. Atingiram um patamar elevado durante a colheita, caíram e voltaram a subir. Na safra, chegaram a R$ 36, e depois da queda, estabilizaram-se em R$ 35 a saca”, afirma.
Segundo Rosso, os produtores de Turvo que armazenam o arroz em depósitos próprios ganham um pouco mais: entre R$ 38 e R$ 40 a saca. Turvo, um dos maiores produtores de arroz do Estado tem na rizicultura a maior atividade econômica. Cerca de 800 famílias sobrevivem desse cultivo, que ocupa uma área de 9,6 mil hectares.
Forquilhinha é um dos grandes produtores
Outro grande produtor de arroz é Forquilhinha. Segundo Volnei Meller, engenheiro agrônomo da Epagri de Forquilhinha, no município, cerca de 30% dos 9,8 mil hectares foram plantados em setembro. Assim como em Turvo, as áreas destinadas ao cultivo de arroz não aumentaram na atual safra.
Para Meller, o preço da saca do arroz ainda é uma incógnita, mas deve ficar em patamares semelhantes aos da safra 2007/2008 ou mesmo ficar abaixo. Hoje, mais de 400 famílias estão envolvidas na cultura do arroz.
Agricultor antecipou semeadura
O rizicultor Ludomir Westrup, de Forquilhinha, já plantou cerca de 70% dos 60 hectares que cultiva. Começou a semear mais cedo que de costume devido à previsão de frio na época de desenvolvimento do arroz. Para esse ano, o agricultor prevê uma produção menor não só em sua lavoura, mas em muitas do município. Isso devido ao aumento dos insumos, que vem ocorrendo a cada safra, segundo ele. “Os defensivos continuarão sendo usados, mas provavelmente a quantidade de adubos utilizada será reduzida. Esse ano, os adubos praticamente dobraram de preço e temos que diminuir para equilibrar os custos. Sem contar o preço do diesel”, reclama.
Há cinco anos plantando arroz, Nilson Loch espera que essa safra repita o que ocorreu na de 2007/2008 em termos de preço e que a produtividade seja de tal maneira, que os produtores equilibrem os custos. Como Westrup, Loch afirma que uns dos grandes vilões da rizicultura são os preços dos insumos, e acrescenta que a falta de incentivo ao agricultor também é um ponto crítico no trabalho do homem do campo.