Pesquisado o controle da Brusone em arroz irrigado no Tocantins
A cultura tem muitos problemas com a doença chamada Brusone, que afeta a planta desde a fase jovem, queimando as folhas, até a fase adulta, causando problemas na produtividade e na qualidade dos grãos.
O arroz é um dos alimentos mais nutritivos para a população mundial, e um dos produtos mais importantes para o Estado. Mas a cultura tem muitos problemas com a doença chamada Brusone, que afeta a planta desde a fase jovem, queimando as folhas, até a fase adulta, causando problemas na produtividade e na qualidade dos grãos.
– Daí, a necessidade de haver um estudo mais aprofundado a respeito da doença – declara o pesquisador e professor da Universidade Federal do Tocantins (UFT), campus de Gurupi, Gil Rodrigues dos Santos, que coordena a pesquisa intitulada Manejo integrado da Brusone do arroz irrigado no Estado do Tocantins. O projeto conta com o auxílio do aluno concluinte do mestrado em produção vegetal pela UFT, Justino José Dias Neto.
Paraibano e há 15 anos residindo no Tocantins, o pesquisador afirma que o ponto mais forte do projeto é fornecer informações sobre o patógeno Piriculária Oryzae, causador da Brusone.
Segundo Gil Rodrigues, mais de 60 raças de fungos foram descobertas, e, com a caracterização de cada umas dessas raças, todas as informações sobre elas vão fortalecer os programas de melhoramento genético do arroz, tanto da UFT quanto da Embrapa, no sentido de prolongar a vida útil das variedades de arroz.
– Quando o produtor plantar variedades de plantas, ele vai ter a garantia que essas variedades vão ter maior resistência à Brusone – acrescentou Gil Rodrigues.
Além da identificação dos diferentes tipos de fungos feita durante o desenvolvimento da pesquisa, Gil Rodrigues destacou também resultados positivos com relação ao silício e à adubação nitrogenada. Os estudos revelaram que muito nitrogênio aplicado no plantio do arroz não é benéfico. De acordo com o pesquisador, o ideal seria aplicar o nitrogênio na forma de uréia, na metade no plantio, e a outra metade no início da floração, com menor incidência da Brusone.
Após verificar que o silício fornece resistência à planta, constatou-se que o uso do produto no arroz é uma técnica viável e que pode ser devidamente utilizada.
O pesquisador ainda vem realizando estudos sobre a cultura da melancia. Ele anunciou o início do trabalho de melhoramento visando oferecer resistência a uma das principais viroses da cultura, o cancro da haste.
– Apesar da redução de sua área plantada no Estado, a melancia ainda se constitui em uma fonte de renda muito viável para o produtor do Tocantins – ressaltou Gil Rodrigues, que conta com o apoio da pesquisadora Maíra Ignácio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Ambas as pesquisas têm o suporte do Programa Primeiros Projetos (PPP), que contempla doutores recém-formados, sendo financiado pelo Governo do Tocantins por meio da Secretaria da Ciência e Tecnologia em parceria com o CNPq.
– Através desse projeto, nós conseguimos comprar vários equipamentos e acessórios para a condução dos estudos. A Secretaria de Ciência e Tecnologia tem sido uma ótima parceira para execução dos trabalhos que envolvem alunos dos cursos de mestrado e graduação, tudo isso trouxe avanços para a Universidade. Todo o Estado ganha com a realização dos estudos, além do resultado, que é muito importante para os agricultores tocantinenses aumentarem suas rentabilidades – conclui Gil.
Secretário destaca compromisso com a ciência e tecnologia
Para o secretário Osmar Nina, o PPP, assim como outros programas realizados em parceria com as universidades e o Governo federal, por meio de suas agências de fomento, evidencia o compromisso do Governo Marcelo Miranda com o desenvolvimento científico e tecnológico do Tocantins.
– Embora com apenas 20 anos, o nosso Estado demonstra maturidade e responsabilidade com o futuro. A Secretaria de Ciência e Tecnologia busca, dessa forma, se manter na vanguarda do desenvolvimento socioeconômico, se articulando e contribuindo rumo ao progresso – afirma Osmar Nina.