Yeda anuncia o repasse de R$ 12,2 milhões para o setor
A governadora parabenizou o público formado por produtores e destacou os excelentes índices obtidos pela lavoura orizícola gaúcha nesta safra: a estimativa de produção de 8 milhões de toneladas, 1,100 milhão de hectares semeados que representam 50% da produção do Mercosul e 61% da produção brasileira, em 9 mil lavouras do Estado.
A bordo de uma colheitadeira Massey Ferguson MF 5660, a governadora do Estado Yeda Crusius, abriu oficialmente a cerimônia de Abertura da Colheita do Arroz, no sábado, na Estação Experimental do Irga, em Cachoeirinha (RS). Acompanhada pelo secretário da Agricultura, Pesca e Agronegócios, João Carlos Machado, presidente da Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul, Renato Rocha, e do presidente do Irga, Maurício Fischer, a governadora percorreu a Vitrine Tecnológica e realizou a colheita simbólica da primeira área de arroz colhida no Rio Grande do Sul.
Já no palanque, instalado sob o lonão onde foram recepcionados autoridades e convidados, a governadora parabenizou o público formado por produtores e destacou os excelentes índices obtidos pela lavoura orizícola gaúcha nesta safra: a estimativa de produção de 8 milhões de toneladas, 1,100 milhão de hectares semeados que representam 50% da produção do Mercosul e 61% da produção brasileira, em 9 mil lavouras do Estado.
Em seu discurso, Yeda Crusius também ressaltou a importância da atividade orizícola, que abrange 18 mil produtores e produtoras em 133 municípios, lembrando que a atividade gera 232 mil empregos diretos e indiretos e contempla 261 indústrias de beneficiamento instaladas no Estado. Também comemorou o fato de que apesar da queda nas vendas de máquinas agrícolas no exterior, a comercialização neste segmento foi superiore a do ano passado, no Estado.
– Mas o mais importante é a produtividade de 7.500 toneladas por hectares que o setor deverá colher neste ano, um incremento de mais de 7% em relação à safra anterior. Isto é resultado dos investimentos em pesquisa preconizados pelo Programa RS e pelo Projeto 10, do Irga – observou a governadora.
INVESTIMENTOS
A exemplo do que aconteceu na última edição da Abertura da Colheita, a governadora voltou a anunciar novos investimentos para a cadeia produtiva. Desta vez, serão destinados R$ 7 milhões para o convênio com a Fundação Irga, voltados a geração de novas tecnologias para a lavoura orizícola gaúcha. Também serão direcionados R$ 900 mil para a construção de Casas dos Arrozeiros gaúchos que são centros de assistência técnica em 10 municípios do Estado, além de mais R$ 4 milhões para a construção da nova sede do Irga. Além deste montante, outros R$ 350 mil serão aplicados pela Federarroz na execução do monitoramento do ingresso de arroz importado e na organização da 20ª colheita, em 2010.
Antes de viajar para o município de Palmitinho, aonde se reuniu com 5 mil mulheres produtoras de agricultura familiar, a governadora recebeu uma placa de homenagem das mãos do prefeito de Cachoeirinha, José Vicente Pires, anfitrião do evento. Em seu discurso, Vicente Pires ressaltou a importância da Estação Experimental do Irga para o município, que embora tenha somente 43 quilômetros quadrados área menor que muitas lavouras de arroz é a sede do mais importante centro de pesquisas sobre o cereal no estado.
Durante a cerimônia, também foram assinados os três primeros contratos de EGF com o Banco do Brasil pelos produtores Arno Arnoldo Rohde, de Cachoeira do Sul, João Antônio Rosa da Luz, de Santana do Livramento e Antonio Carlos Albuquerque Py, de Barra do Ribeiro.
Críticas
A cerimônia oficial e Abertura da Colheita também foi palco de algumas críticas ao governo federal. O presidente da Federação da Agricultura do RS (Farsul), Carlos Sperotto, lastimou a ausência do ministro da Agricultura Reinhold Stephanes e criticou o entusiasmo da mídia em relação às manchetes dos jornais do dia, que divulgaram o lucro de R$ 33,9 bilhões obtido pela Petrobras. Sperotto lembrou que os produtores de arroz abastecem seus tratores e colheitadeiras com o combustível mais caro do mundo e ainda assim precisam ser competitivos.
O presidente da Federarroz, Renato Rocha, analisou as dificuldades enfrentadas pelos produtores ao longo do ano para chegar aos níveis de produção e produtividade alcançados pelos arrozeiros gaúchos ao longo de 2008: intempéries climáticas, alta dos custos de produção, falta de crédito para atender todos os produtores e assimetrias do Mercosul, além do peso da carga tributária imposta ao setor. Rocha também enumerou algumas demandas que serão encaminhadas ao Ministério da Agricultura para a safra 2009/10, a serem incluídas no Plano Agrícola e Pecuária.
O deputado Luiz Carlos Heinze, por sua vez, defendeu a necessidade do setor trabalhar para desfazer os efeitos dos decretos de 2008 do governo federal no que diz respeito ao meio ambiente e ao mesmo tempo trabalhar para a criação de um novo código ambiental e florestal adequado a realidade atual da agricultura brasileira.
– Se cumprirmos ao pé da letra este decreto, no mínimo 60% da lavoura de arroz deixa de existir no RS – alertou.