Preços do arroz em casca estáveis com produtores retraídos

Os produtores, por sua vez, apesar das constantes chuvas em algumas regiões, estiveram atentos à colheita, e vendem lentamente seus lotes, na convicção de recuperação gradual dos preços a partir do final do período de safra.

Nestes primeiros dias de março, o mercado de arroz em casca seguiu calmo. As indústrias interessadas em comprar ofertaram preços abaixo dos observados na semana anterior. O avanço da colheita da safra 2008/2009 na Região Centro-Sul e a pressão do setor varejista por menores preços para o arroz beneficiado balizaram o ritmo de compra das empresas. Os produtores, por sua vez, apesar das constantes chuvas em algumas regiões, estiveram atentos à colheita, e vendem lentamente seus lotes, na convicção de recuperação gradual dos preços a partir do final do período de safra.

Como sempre acontece, o aumento da oferta no começo da safra deve afetar os preços, mas ao longo do ano a tendência é de alta gradual dos preços pagos aos produtores. No Rio Grande do Sul, a média atual do preço do arroz em casca ao produtor é de R$ 28,61 por saco de 50 Kg (58/10 FOB produtor), denotando uma relativa estabilidade, mas com poucos negócios realmente concretizados.

Na semana anterior, o preço médio do arroz em casca era de R$ 28,54 por saco de 50 Kg e na retrasada era de R$ 29,11 por saco de 50 Kg (58/10 FOB produtor). Os preços do arroz em casca acumulam uma leve alta de 0,2% em 7 dias e um recuo de 11,7% nos últimos 30 dias. De modo geral, é mais larga a distância entre o pedido do vendedor e o do comprador, com preços que vão desde R$ 27,00 por saco de 50 Kg (comprador) a até R$ 30,00 (vendedor) por saco de 50 Kg, para um arroz com 58% de grãos inteiros, FOB fazenda.

O governo federal pretende lançar ainda neste mês um programa de contrato de opções para o arroz, segundo o diretor de logística e gestão empresarial da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Sílvio Porto. A meta é lançar contratos para um volume de 1,3 milhão de toneladas, sendo 1,150 milhão no Rio Grande do Sul e 150 mil toneladas em Santa Catarina. Os dois Estados representam mais de 70% da produção nacional de arroz.

Segundo a Conab, o vencimento dos contratos será em setembro de 2009. O valor de exercício ainda não foi definido, mas a referencia será o preço mínimo de R$ 25,80 por saca de 50 Kg. A este valor serão acrescidos os custos de carregamento, armazenagem e taxa de juros. Segundo a Conab, o pedido da iniciativa privada para a realização de Contratos de Opção a R$ 30,00 por saca de 50 Kg, com vencimento em abril não será atendido. Também estão disponíveis R$ 500 milhões em Empréstimos do Governo Federal (EGF).

O Brasil deverá colher 12,5 milhões de toneladas de arroz na safra 2008/2009, representando assim um aumento de 3,8% em relação ao volume produzido na safra passada. No Rio Grande do Sul, o Estado deve colher 8,0 milhões de toneladas neste ciclo 2008/2009, 3,3% a mais que no anterior. O estoque final da safra 2008/2009 sofreu uma pequena redução. As importações foram reduzidas de 1 milhão de toneladas para 950 mil toneladas. As exportações do Brasil foram reavaliadas para 500 mil toneladas, contra 400 mil toneladas estimadas anteriormente.

Com isso, o quadro de suprimento que já era considerado ajustado se mantém e o setor continua com a previsão de bons preços no ano. O estoque final da safra 2008/2009 foi reduzido para 1,120 milhão de toneladas, suficiente para apenas um mês de consumo. A estimativa anterior era de 1,139 milhão de toneladas.

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