Gaúchos em retirada: Duas colheitas de arroz a cada ano

Ao lado das terras do ex-prefeito Paulo César Quartiero, fica a fazenda de outro gaúcho, Genor Luiz Faccio. Técnico agrícola nascido em Erechim, Faccio chegou à Raposa Serra do Sol no início dos anos 80, estimulado pelo programa Rondon. Hoje é dono de duas estâncias, acumula 6 mil hectares – 2,5 mil apenas de arroz irrigado.

Ao lado das terras do ex-prefeito Paulo César Quartiero, fica a fazenda de outro gaúcho, Genor Luiz Faccio. Técnico agrícola nascido em Erechim, Faccio chegou à Raposa Serra do Sol no início dos anos 80, estimulado pelo programa Rondon. Hoje é dono de duas estâncias, acumula 6 mil hectares – 2,5 mil apenas de arroz irrigado. A maioria já foi colhida.

Restam apenas 160 hectares com colheita prevista para 30 de abril, justamente o último dia do prazo para a desocupação da área.

Faccio ainda administra outra fazenda no município de Bonfim, no leste de Roraima. Lá são mais 7 mil hectares, bem longe de qualquer reserva indígena. Ele lamenta, contudo, a diferença na produtividade.

– Aqui eu tenho a honra de dizer que concluí 50 safras com sucesso em 25 anos, sem nenhuma frustração. Isso porque a gente pode ter duas safras de arroz no ano nesta região. Já em Bonfim, o terreno é diferente e a lavoura alaga no inverno – explica.

Logo após o julgamento no STF, Faccio se adiantou e começou a levar o maquinário para a outra fazenda. Nos últimos dias, demitiu 13 funcionários e se prepara para dispensar mais 12. Com a queda na produção, a sua beneficiadora, a Arroz Prato Chic, em Boa Vista, também será obrigada a reduzir o número de empregados.

– Ordem judicial se cumpre. Mas não vou deixar de questionar isso tudo – diz, sem esconder a descrença em receber uma indenização pelos investimentos.

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