Arroz e feijão caem e aliviam inflação em Minas

Apesar da alta, o índice ainda é o menor para março desde 2001 e mantém uma tendência de desaceleração, segundo o coordenador de pesquisa e desenvolvimento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), Wanderley Ramalho.

Puxada pela elevação de 4,44% dos produtos in natura (hortifrutigranjeiros), a inflação de Belo Horizonte, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 0,14% no mês passado. Apesar da alta, o índice ainda é o menor para março desde 2001 e mantém uma tendência de desaceleração, segundo o coordenador de pesquisa e desenvolvimento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), Wanderley Ramalho.

– A elevação dos produtos in natura está relacionada com a época do ano, de muitas chuvas – afirma.

Mas, se por um lado o mamão (38,13%), a laranja (25,95%) e o bujão de gás (3,89) puxaram os preços para cima, o tomate (-12,89%), o feijão carioquinha (-12,60%) e o arroz (-4,08%) contribuíram para um índice menor.

– O feijão está apresentando uma boa desaceleração esse ano, já que em 2007 chegou a subir mais de 160% – explica Wanderley.

O comportamento dos preços dos alimentos essenciais foi um dos responsáveis pela queda de 3,01% na cesta básica, que passou de R$ 227,69 em fevereiro para R$ 220,84 no mês passado.

O resultado já está sendo sentido no bolso do consumidor. O funcionário público Célio Ferreira confirma que está observando a variação dos preços.

– Antes, comprava um quilo de feijão por mais de R$ 6 e agora já está cerca de R$ 3. Em compensação, o sacolão está pesando mais no orçamento e os produtos estão com uma qualidade inferior – avalia.

Seguindo a tendência de queda dos últimos meses, o preço da carne voltou a ter redução de 3,19%.

– Está caindo gradativamente. A carne que eu comprava antes com preço de R$ 15 o quilo agora está em torno de R$ 9 – afirma Célio.

Apesar de menor, o preço da cesta básica em relação ao mesmo período de 2008 está 3,39% mais cara.

Quando se trata de produtos não alimentares, o seguro de carro (-4,63%) e o avião (-2,64) são os maiores contribuintes para a queda da inflação, enquanto o telefone (2,53%), os planos de saúde (1,23%) e o gás de cozinha (3,89%) ajudaram na elevação do índice.

Ainda que tenha apresentado variação positiva, a inflação no último mês foi inferior à apresentada de fevereiro, de 0,76, e, para Ramalho, o índice não será o maior problema deste ano.

– Essa não será a nossa maior preocupação em 2009, já que a demanda está enfraquecida e não existe um fato novo que pressione a elevação do índice. Estamos caminhando para ficar abaixo da meta do governo de fechar o ano com 4,5% – explica.

Para o especialista, o falta de pressão sobre a demanda abre espaço para cortes mais profundos na taxa Selic.

– Devemos fechar o ano com a Selic em torno dos 10% já que ainda existe margem para queda – avalia.

O corte da Selic iniciado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) já teve reflexos no varejo com retração de 15,23% nos juros dos eletrodomésticos. Os grandes vilões dos juros continuam sendo as financeiras independentes, com taxas que podem chegar 337,15% ao ano, e os cartões de crédito, com 304,89%.

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