Ajuste da Conab não altera panorama apertado de oferta de arroz
O setor produtivo discorda do volume de importações esperado pela Conab, que aumentou em mais de 50%, de 589 mil toneladas no ano-safra 2007/08, para as 950 mil toneladas do período 2008/09.
Com leves ajustes na produção de alguns Estados, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou hoje em 151 mil toneladas a estimativa de colheita de arroz na safra 2008/09, para 12,670 milhões de toneladas. A mudança em relação ao levantamento de março não altera o panorama apertado de oferta previsto para o ano-safra, que deve terminar com 1,252 milhão de toneladas de estoque final, volume suficiente para pouco mais de um mês de consumo.
Os principais ajustes de produção foram no Rio Grande do Sul, maior produtor nacional, onde a estimativa subiu 57 mil toneladas (para 7,794 milhões de toneladas, que será um recorde), no Maranhão, com mais 42 mil toneladas (708 mil toneladas), no Mato Grosso, com 23 mil toneladas (803 mil toneladas), e em Goiás, com 20 mil toneladas (221 mil toneladas).
O setor produtivo discorda do volume de importações esperado pela Conab, que aumentou em mais de 50% a expectativa de importação, que era de 589 mil toneladas no ano-safra 2007/08, para as 950 mil toneladas do período 2008/09. As compras externas devem ser menores que 900 mil toneladas, avaliou o assessor de mercado do Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), Marco Aurélio Tavares, sob a justificativa de que o dólar está estável e houve pequena melhora na produção interna.
O Uruguai, tradicional fornecedor ao Brasil, deve continuar privilegiando a venda à União Europeia, Irã e Iraque. O país vizinho vendeu 15% de suas exportações ao Brasil no último ano, quando continuou a abrir mercados fora do Mercosul. De um excedente de 2 milhões de toneladas disponíveis no ano passado para exportar no Mercosul, o Brasil recebeu 30%. No começo da década, as importações de Argentina e Uruguai eram acusadas de depreciar os preços no mercado interno e motivavam protestos dos arrozeiros.