MT pode perder cerca de R$ 2,6 bi nesta temporada

Evasão de receita reflete recuo sobre o valor estimado da produção em 11,86%. Apesar das incertezas apontadas pelo sojicultores estaduais, Conab prevê incremento de 3,55% na produção do grão
nDas quatro principais culturas desenvolvidas pelo agronegócio mato-grossense – algodão, arroz, soja e milho – apenas a oleaginosa e o arroz têm perspectiva de melhor faturamento, com alta de 3,55% e 32,73%, respectivamente.

Mato Grosso poderá deixar de movimentar cerca de R$ 2,6 bilhões nesta safra agrícola. A evasão, ainda uma estimativa divulgada ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), reflete a perda de renda do campo que para a atual temporada poderá ficar 11,86% menor em relação ao ciclo passado. Segundo a Companhia, enquanto as onze culturas produzidas no ano passado geraram receita de R$ 21,943 bilhões, para 2009 a previsão é de algo em torno de R$ 19,341 bilhões.

Apesar da queda entre uma safra e outra, as cifras, por enquanto, são o segundo melhor volume já contabilizado desde 2005, atrás apenas do realizado em 2008. No ranking nacional, como a própria Conab confirmou na semana passada o Estado como o maior produtor de grãos do País nesta temporada, em reais, o valor da produção local fica atrás do volume estimado para São Paulo que deverá gerar pouco mais de R$ 25,30 bilhões. Paraná, o segundo maior produtor da safra 08/09, deverá movimentar R$ 18,23 bilhões em 2009.

A renda agrícola é formada pelo preço de mercado e pela produção (esta ultima resultado da área cultivada e da produtividade obtida), ou seja, é um indicador sujeito às variações das cotações do mercado e também do volume físico da produção, este, sofre influencia climática e também de doenças e pragas que possam atrapalhar o desenvolvimento das culturas e gerar quebra de produção.

Das quatro principais culturas desenvolvidas pelo agronegócio mato-grossense – algodão, arroz, soja e milho – apenas a oleaginosa e o arroz têm perspectiva de melhor faturamento, com alta de 3,55% e 32,73%, respectivamente. No caso da soja a o valor da produção passa de R$ 11,82 bilhões (2008) para R$ 12,24 bilhões em 2009. O arroz passa de R$ 446 milhões para R$ 592 milhões em 2009.

A maior queda, 42,95%, está projetada pelo milho, que no ano passado gerou R$ 3,05 bilhões em receita e que agora deverá somar pouco mais de R$ 1,74 bilhão. O algodão perde 32,40% do faturamento, passando de R$ 5,37 bilhões para R$ 3,63 bilhões em 2009.

De acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária do estado (Famato), a perda da renda está atrelada também ao aumento de custos. Quando há majoração, obviamente a rentabilidade por hectare reduz e influencia na performance final.

A queda prevista para o Estado, em 11,86%, fica acima da média estimada para o Centro-Oeste (-10,3%), como também, da média nacional que apresenta perda de 3,2% e faturamento de R$ 156 bilhões. Regionalmente, a maior queda é de Mato Grosso do Sul, -17,8%.

No país, a estimativa de abril aponta que do conjunto analisado, nove produtos apresentam variação positiva de renda em relação a 2008. Os maiores destaques são para a uva (218,5%), amendoim (21,17%), arroz (21,1%), cacau (19,7%) e mandioca (14,3%). A cana-de-açúcar com expectativa de aumento em 5,9% destaca-se entre os produtos com grande expressão para a renda.

Os decréscimos reais de renda comparados a 2008 ocorrem no milho (-26,4%), algodão herbáceo (-22,8%), trigo (-19,3%), café (-14,4%) e cebola (-13,5%). Outros produtos como tomate, feijão, fumo, banana e soja também devem apresentar queda na renda. No caso da soja, embora com pequeno percentual de redução, o impacto em valor absoluto da renda é elevado por sua importância na composição da renda agrícola.

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