Plantador de arroz gastou R$ 260 mil
Valnei arrenda terras há seis anos no Rio Grande do Sul. Veio para o Estado com uma leva de catarinenses que já soma, segundo seus cálculos, 2 mil famílias.
Catarinense de Sombrio, o plantador de arroz Valnei dos Santos, 37 anos, decidiu arriscar todas as economias e ainda se endividou para apostar no plantio em assentamento do Incra em Eldorado do Sul. Seguiu o conselho de um amigo, que tinha se dado bem em Viamão. Investiu R$ 60 mil no arrendamento de terras pertencentes aos assentados e afirma ter gasto cerca de R$ 200 mil no preparo da lavoura. Pôs o dinheiro na mesa e perdeu tudo em meio à briga do MST com a Justiça. Agora tenta a via judicial para recuperar o valor investido.
Ele diz que o Incra sabia do arrendamento, mas fazia que não enxergava. Valnei arrenda terras há seis anos no Rio Grande do Sul. Veio para o Estado com uma leva de catarinenses que já soma, segundo seus cálculos, 2 mil famílias. Alguns atuam como empresa, outros de forma individual. Vieram atrás de bons negócios. No caso de Volnei, arrendou primeiro áreas de uma tradicional família porto-alegrense, em Guaíba. No ano passado, decidiu investir num assentamento do MST em Eldorado do Sul.
Comprei fiado três tratores, que ainda estou pagando. Paguei adiantado os assentados pelo aluguel das terras. Quero meu arroz de volta, senão estou quebrado reclama Valnei.
Para cada família de quem arrendou terra, Valnei diz ter pago R$ 3,5 mil de adiantamento, mais R$ 3,5 mil prevendo o que seria colhido e mais R$ 3 mil a título de adiantamento para o plantio da próxima safra. No entender dele, um presente de pai para filho. A compensação: as áreas são ótimas para o arroz, e ele acredita que colheria 9 mil sacas do produto, o equivalente a cerca de R$ 438 mil.